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Fuga de talentos: Como evitar a saída de bons funcionários?

Após a pandemia, colaboradores não se atraem pelo modelo tradicional de trabalho

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 05/07/2022 - 17:29 Atualizado em 05/07/2022 - 23:25
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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O Brasil registrou um recorde em pedidos de demissão de trabalhadores no mês de março deste ano. Em Santa Catarina, 45,87% das demissões foram a pedido do colaborador. Segundo o especialista em cultura organizacional, Igor Drudi, o modelo tradicional de trabalho não agrada mais os empregados, que buscam outras metas. O empreendedor explicou que, para evitar a perda de talentos, é preciso deixar esse conceito “pré pandemia” de lado e valorizar o funcionário.

“Minha dica para as empresas é: olhe para um talento como se olha para um cliente”, frisou o especialista. “Saibam mapear a jornada e o que gera mais valor para esse cliente durante a jornada de relacionamento com o negócio, saiba exatamente como potencializar os talentos, muito focado em autorrealização e, principalmente, estar antenado ao aprendizado que o próprio negócio teve durante a pandemia”, completou.

Com a pandemia, desde março de 2020, as empresas precisaram se adaptar a um novo modelo de trabalho. E os funcionários viram nesse novo método, uma forma mais descomplicada de trabalho, tanto em home office, como trabalhadores autônomos. “Não tentem voltar no tempo, voltar a 2019, aquele tempo não volta mais. O que a gente está vivendo hoje é tão novo quanto o que a gente viveu no início da pandemia. Continue vivendo, crescendo e inovando, não voltem para trás”, orientou Drudi.

O que leva um colaborador a pedir demissão?

Insatisfações com o ambiente de trabalho ou o surgimento de uma oportunidade que cumpra melhor seus objetivos, são as razões mais comuns que fazem com que um colaborador peça demissão. A taxa de desemprego, em geral, é alta, mas as pessoas continuam se demitindo, por que isso? O especialista em cultura organizacional responde a esta pergunta com duas motivações.

A primeira é o início da normalização do mercado de trabalho, ou seja, muitas pessoas estavam trabalhando por uma remuneração mais baixa durante os anos de pandemia. “Agora que o mercado começou a se encaixar e a gente começou a ter um retorno econômico, as pessoas começam a buscar outras oportunidades, que não são aquelas temporárias”, ressaltou.

O segundo ponto é o retorno do trabalho presencial. “Passaram-se dois anos, as pessoas estavam acostumadas a trabalhar no sofá, de pantufa, fazer seus horários, trabalhar muito mais alinhados a um objetivo do que um taxímetro monitorando o seu volume de trabalho feito. Isso fez com que elas adotassem novas culturas, novas práticas no dia a dia de trabalho”, exemplificou.

Grande renúncia” chega ao Brasil

A onda de pedidos de demissão foi batizada de “grande renúncia” e chegou ao Brasil, assim como segue se espalhando por todo o mundo. “As pessoas abrirem mão do trabalho estável, para, justamente, começar a ter um pouco mais de domínio, muitas vezes, fazer trabalhos mais empreendedores para construir uma receita que eles construiriam trabalhando um grande número de horas dentro de uma instituição. Esse fenômeno se chama a ‘grande renúncia”, esclareceu.

Iniciado nos Estados Unidos, o movimento foi aderido por vários outros países. “Isso começa a favorecer que outras pessoas também peçam demissão. Então eles começam a evitar culturas pré 2019”, disse Drudi. “Esse processo de busca de conhecimento que as pessoas têm, não se encontra com tanta vivência no dia a dia organizacional”, concluiu.

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