Sem predador natural, a eliminação do caramujo africano impõem um grande desafio. Aliado a isso, o animal, presente em jardins e terrenos, libera de 200 a 500 ovos de uma só vez e transmite doenças.
Por isso, as pessoas precisam ficar atentas aos cuidados a serem tomados para evitar que eles apareçam em suas casas ou, se surgirem, fazer os procedimentos corretos para eliminá-los. Todas as informações necessárias são repassadas à população pela Vigilância Sanitária. Na semana passada, estes animais surgiram em algumas casas do Bairro Bortolatto. "Fomos ao local e orientamos os moradores sobre os perigos que o caramujo africano proporciona e como proceder para eliminar esta ameaça", comenta o fiscal da Vigilância Sanitária, Eduardo Back.
A agente de endemias, Regina Fomentin, explica que, ao identificar o animal, a pessoa deve recolhe-lo, mas sempre utilizando luvas e calçados fechados, quebrar a casca, fazer um buraco, colocar cal e enterrar. Outra alternativa é colocá-los em um recipiente e atear fogo. "É preciso fazer o manejo todos os meses, porque os ovos ficam na terra e às vezes não vimos, então é preciso refazer este trabalho. Mesmo usando luvas, é fundamental que as pessoas lavem bem as mãos depois de manejar os caramujos", salienta.
Doenças transmitidas
O caramujo africano pode transmitir meningite eosinofílica e a estrongiloidíase. O verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, pode se tornar parasita do caramujo africano de duas formas: penetração direta no corpo do molusco ou pela ingestão de fezes de roedores contaminadas. A infecção em humanos ocorre quando é feita a ingestão do muco que o caramujo libera para facilitar o seu deslizamento.
A doença tem evolução benigna, mas com sintomas que podem durar de dias a meses: distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento, queimação e pressão na pele. Nem sempre ocorre rigidez na nuca, como em outros tipos de meningites.
Já a estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e depois migrando para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar; diarreia, dor abdominal; podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos, dor epigástrica.
Na forma grave, a estrongiloidíase apresenta febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, tosse, dispneia, broncoespasmos.
Denúncias e orientações sobre o caramujo africano podem ser feitas pelo 3434-2442.