Muitos investidores são pegos de surpresa quando param para analisar os seus fundos de investimentos no final de maio e novembro e acabam percebendo que tem menos dinheiro ali do que se deveria. Isso acontece por conta dos chamados come-cotas, um adiantamento do imposto de renda que o governo federal faz em cima dos fundos nacionais.
A ação, que acontece em todo 31 de maio e 30 de novembro, é válido para todos os fundos de investimentos - com exceção de três: previdenciário, de ações e debêntures incentivadas. “O governo não quer deixar a gente sem pagar imposto, então é uma maneira de adiantar o imposto de renda. Como a alíquota mínima que se cobra em cima do imposto de renda é de 15%, ele já cobra esses 15% em forma de cotas, cobra um pouco da renda como adiantamento”, destacou o assessor de investimentos da Wise Advisors, Gustavo Guarnieri.
O fundo de renda fixa tem uma tributação regressiva referente aos resgates: 22,5% nos primeiros seis meses; ao ano 20%; 17,5% de um a dois anos; e 15%, o valor mínimo, a partir de dois anos. Esse adiantamento do imposto de renda sobre os fundos acontece não em cima do que se tem no investimento, mas sim no lucro obtido nesse período sem resgate.
Com isso, são o governo “come-cotas” de seu investimento que representam o lucro obtido neste período entre novembro e maio e vice-versa. “O governo vai adiantando e cobrando aos poucos esse imposto, duas vezes por ano”, disse Guarnieri.
A exceção
De acordo com o assessor de investimentos, os fundos previdenciários, de ações e debêntures incentivados por conta da variação obtida, “Eu tenho uma ação que comprei e posso ter prejuízo em um mês e ganho no outro. Como o governo cobraria esse ganho que tive naquele semestre sendo que depois as ações caem? Como é uma renda variável, não tem imposto adiantado”, disse.