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Uma situação que já está complicada há um tempo e se tornou ainda difícil após as fortes chuvas da semana passada vem preocupando moradores do Bairro Santa Bárbara, em Criciúma. Trata-se das condições em que se encontram o ginásio de esportes da Sociedade Recreativa União Mineira.
Parte do piso do ginásio cedeu e existe o risco de que toda a estrutura venha abaixo. Estacas de madeira foram colocadas pela diretoria do clube na intenção de conter o teto e as paredes do local. O Rio Criciúma passa ao lado da construção e, para os diretores, uma obra de alargamento do canal foi a causadora dos problemas na estrutura.
“A prefeitura fez uma laje no rio e, quando chega aqui no clube, a água começa a cavar por baixo, causou uma infiltração e por isso caiu. Na semana passada o temporal ainda causou mais destelhamentos aqui”, afirma o presidente do clube, Airton Francisconi.
Um processo judicial foi movido pelos representantes do clube contra a Administração Municipal de Criciúma. “A parede está toda solta e se cair esse ginásio dentro do rio a cidade vai ficar debaixo d’água, não tem pra onde ter vazão”, declara Francisconi.
Prédio interditado
O coordenador da Defesa Civil de Criciúma, Dioni Borba, comenta que o ginásio já está interditado e que um laudo foi feito para analisar o risco no local. “Existe ali um risco de queda, a estrutura está instável, pode cair no rio, mas não existe risco para os moradores porque o ginásio fica longe dos prédios, tem mais de 15 metros de margem”, explica Borba.
Ele também pontua que, enquanto o processo judicial não recebe uma sentença, não há o que o Município possa fazer a respeito. “O que existe ali é uma recomendação para que seja demolido ou reformado, mas a Prefeitura não pode mexer, porque é particular, e não pode obrigar que mexam, já que existe esse processo judicial e está nas mãos do juiz”, relata Borba.
Sobre ter sido a ação do rio a causadora dos problemas estruturais, o coordenador declara que o estudo apontou uma causa diferente. “O laudo apontou que foi falta de manutenção, ali é uma estrutura antiga e é natural que com o tempo isso aconteça”, observa.
O Rio Criciúma subiu demais
Outro problema registrado na última semana foi na residência da dona Anunciata Santos, de 88 anos. Ela mora na mesma casa, na Rua Santa Bárbara, há 60 anos e essa foi a primeira vez que a chuva causou alagamento no local. No momento, apenas o neto, Marcelo dos Santos Ambroso, estava no local. A família também é vizinha do Rio Criciúma.
“Aqui atrás do nosso terreno é bem onde acabaram as obras do Canal Auxiliar e aumentou muito o fluxo de água agora. Na semana passada foram cinco, seis minutos e já estava tudo alagado”, conta Ambroso.
“A Defesa Civil veio aqui, também já conversei com os engenheiros da Prefeitura e eles disseram que ainda não foi liberado todo o dinheiro para terminar as obras do canal, mas eu pedi eles uma solução de curto prazo. Agora não dá mais para sair de casa, tem que estar sempre checando quando chove, porque pode acontecer de novo”, complementa.
Além do maior volume de chuva registrado na última semana, Borba explica que no Bairro Santa Bárbara a obra ainda não finalizada do Canal Auxiliar ao Rio Criciúma realmente causou essa situação. “Existe o estrangulamento do Canal Auxiliar, porque ele não está pronto ainda. Quando ele estiver pronto não é mais para acontecer esse tipo de problema, a não ser que ocorra algo fora da normalidade”, pontua Borba.
