Uma das medidas do governo do Estado para a economia, em meio à pandemia do coronavírus, foi a disponibilização de R$ 50 milhões de crédito pelo Badesc aos micro e pequenos empreendedores. A liberação da verba será insuficiente para atender a demanda solicitada pelos empresários desde o dia 18 e depende ainda da aprovação do Projeto de Lei encaminhado pelo executivo à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
De acordo com o presidente do Badesc, Eduardo Machado, houve uma procura dez vezes maior do que o valor disponibilizado pelo governo do Estado. Serão analisados os pedidos com base em critérios estabelecidos, com o limite de crédito de R$ 150 mil por empresa. A demanda alta fez o Badesc suspender as solicitações na última segunda-feira, 6.
"Nos pegou de surpresa essa demanda alta. Dez minutos após o final da entrevista coletiva com o governador, no dia 18, nós já estávamos com toda a estrutura de orientação aos empreendedores montada e recebendo propostas por e-mail. Foi uma demanda elevadíssima, que não esperávamos. Isso fez com que o tempo de resposta aos empreendedores tenha sido maior do que gostaríamos", aponta Eduardo.
O valor de R$ 50 milhões em solictações foi alcançado no dia 26 de março, segundo o presidente do Badesc. "Não quer dizer que a solicitação será contratada obrigatoriamente. A gente faz análise de crédito, existem critérios. Numa possível desistência ou não enquadramento de uma solicitação, nós teríamos que rapidamente conseguir repor esse recurso para outro empreendedor que está necessitando nesse momento de crise", afirma.
O governo do Estado trabalha para novas linhas de crédito, como anunciado pelo governador Carlos Moisés (PSL), na coletiva que anunciou a ampliação da suspensão das atividades comerciais até a próxima segunda-feira. "Possivelmente nas próximas ofertas teremos uma boa possibilidade de emprestar para aqueles que não têm como entregar uma garantia real na operação de crédito. Sabemos que isso é um limitador, mas como instituição financeira que responde ao Banco Central, temos obrigação estatutária de zelar pela instituição", diz Eduardo.
O crédito disponibilizado ao pequeno e micro empreendedor será pago com subsídio do governo, restando ao empresário arcar com 0,3% de juros ao mês.