É cada vez mais comum que detentores de grandes fortunas “terceirizem”, a administração destes bens. Um pouco deste tipo de trabalho foi contado no Programa 60 Minutos, da Rádio Som Maior, pela assessora de investimentos com experiência em grandes patrimônios, Denise Machado. “Bolso, eu brinco, é o órgão mais sensível do corpo humano. Então, é muito estranho se você fizer o primeiro contato com o cliente e ele já entregar o patrimônio dele para você gerir. A gente sabe que não cai nada do céu. Se alguém chegar e fazer isso, já desconfia que pode não ser lícito. Famílias que conquistaram este patrimônio, recurso de uma vida, muitas vezes de gerações, eles têm muito cuidado. Na primeira reunião às vezes nem abrem como é todo este patrimônio. Na primeira reunião, o foco é você levar um trabalho que não se restringe só à carteira de investimentos. Um cliente acima de R$ 5 milhões, R$ 10 milhões, são clientes que têm outras preocupações. Precisa ter uma boa orientação, forma tributária de organizar este recurso, da forma sucessória. De como vai fazer este patrimônio atinja as próximas gerações. O foco é um pouco maior que só a carteira de investimentos”, comentou.
Denise atua no segmento financeiro com carreira desenvolvida atuando em investimentos/mercado de capitais, também em Single e Multi Family Office além de prestar serviços de Consultoria Empresarial, além de ser técnica em Processamento de Dados, Graduada em Administração de Empresas e Especializada (MBA) em Finanças pelo IBMEC/INSPER.
Ela conta que a maioria dos clientes surge por meio de indicação. “Se aproxima muito por indicação, às vezes procura quando tem uma referência. Normalmente são clientes mais velhos, porque para ter a oportunidade de acumular este patrimônio, às vezes é o dinheiro de uma vida de trabalho. Mas hoje, por conta das empresas de tecnologia, muitos jovens estão ficando ricos mais cedo. São perfis muito diferentes. O perfil e investimento do mais jovem para os mais velhos é bem diferente.
Ela conta que pessoas com grandes fortunas têm consciência da dificuldade que é geri-la. “O investidor acima de R$ 30 milhões, R$ 50 milhões sabe que é difícil ele ter uma competência para gerir muito bem sozinho este recurso. Normalmente eles tem uma gestão discricionária. Ou seja, através de uma política de investimentos feita entre o cliente e o gestor, ele traça como que ele quer que a carteira seja tocada, em temos de rentabilidade e quanto suporta de risco, a partir disso o gestor tem total liberdade de comprar e vender os ativos da forma que acha por bem para entregar o que foi compactuado. Mas a maioria ainda participa. A maioria tem a gestão que chamamos a quatro mãos. Se sentem mais confortáveis se comunicados e entender daquela operação”, relatou.