Um grupo de trabalho composto por diferentes atores do processo de transporte marítimo foi formado a partir de reunião promovida pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic) nesta segunda-feira, 14, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento do Porto de Imbituba e, por consequência, do Sul do Estado.
Farão parte do grupo associações empresariais da região, lideradas pela Acic, representantes do porto, da Ferrovia Tereza Cristina, de diferentes segmentos econômicos, de tradings, do Terminal Intermodal Sul (TIS), do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) – Núcleo Operacional de Criciúma e do armador que opera em Imbituba.
"Faremos um trabalho conjunto, porque o objetivo é o mesmo, incrementar os negócios com viabilidade. Esse grupo de trabalho terá a participação ativa da Acic. Faremos uma discussão transparente, no sentido de buscar alternativas para as dificuldades apresentadas", ressalta o presidente da Associação Empresarial de Criciúma, Valcir José Zanette.
Zanette considera de suma importância a reunião realizada nesta tarde, que contou com a presença de aproximadamente 50 pessoas. "Essa representatividade nos entusiasma. A principal função da Acic é motivar para que ações aconteçam e, com esse envolvimento, vamos fazer acontecer", entende.
O encontro teve a participação do diretor presidente do Porto de Imbituba, Fábio dos Santos Rieira. O gestor apresentou números relacionados ao porto, como o recorde de movimentação registrado no ano passado, quando foram movimentadas quase 6,9 milhões de toneladas de cargas, e a perspectiva de superar essa marca neste ano, movimentando 7,1 milhões de toneladas.
"Há investimentos previstos em infraestrutura e nos acessos ao porto, além da implantação da ZPE (Zona de Processamento de Exportação), o que deve impulsionar a movimentação no Porto de Imbituba também nos próximos anos", estima.
Demandas
Rieira também ouviu as demandas locais, apresentadas por representantes de diferentes segmentos, especialmente o de arroz e o cerâmico. Entre as dificuldades para escoar produtos via Imbituba, foram colocadas questões como os custos e as limitações impostas pela operação de apenas um armador no porto, como a quantidade de contêineres inferior às necessidades e em qualidade abaixo das exigências para o transporte de arroz, por exemplo.
Mas o principal pleito colocado foi a viabilização de uma linha de navegação de longo curso, facilitando as exportações, que representaram 39,1% do volume movimentado entre janeiro e outubro deste ano no porto, frente a 48,4% em importações e 12,5% da navegação de cabotagem, o transporte dentro do país.
Item que representa o maior volume exportado na Região Carbonífera, os produtos cerâmicos hoje são embarcados por outros portos do Estado e, dependendo do destino, transportados pelo modal rodoviário.
"O setor metalmecânico também não utiliza o Porto de Imbituba", acrescenta o vice-presidente Regional Sul da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), José Carlos Sprícigo, presidente do Sindimetal. "Essa iniciativa para fomentar os negócios internacionais, integrando os modais de transporte, e delineando as ações, é importante para o crescimento da região", avalia.
Junto ao desenvolvimento do porto também foi discutida a diversificação de cargas transportadas pela Ferrovia Tereza Cristina. "A Ferrovia faz parte da cadeia de suprimento do carvão mineral, mas está se posicionando para desenvolver outros negócios. Dependemos de escalas para operar e ter os resultados esperados", salienta Benony Schmitz Filho, diretor presidente da FTC.