A conquista da Copa do Brasil abriu, ao Criciúma, um cenário até então - e por muitos anos - inédito para o futebol de Santa Catarina: disputar a Taça Libertadores da América. Foi em 1992 que aquele time amarelo, preto e branco surpreendeu a América do Sul e, com grande trajetória, fez uma campanha impecável.
"Não fosse a minha expulsão em São Paulo e a gente teria eliminado eles em Criciúma", lembra sempre o capitão Itá, referindo-se ao confronto das quartas de final que fez o Criciúma cair em casa, perante ao tricolor paulista, no jogo que para muitos definiu o campeão antecipado daquela Libertadores.
"Não fosse aquela bola tocar a trave e o nosso gol teria saído", cita incontáveis vezes Roberto Cavalo, o hoje técnico do Tigre e que na época, no jogo de volta, carimbou um chute na trave que poderia ter fulminado o São Paulo no Majestoso. Mas essas referências dizem respeito ao último jogo daquela histórica campanha que, coincidentemente, também teve o São Paulo como oponente.
A estreia veio com outro clima. Revestida de alguma tensão. O São Paulo mandou time misto para Criciúma. Mantinha outras prioridades. "Telê Santana pagou caro pela ousadia", eternizou em sua matéria, na ocasião pela RBS TV, o jornalista Carlos Eduardo Lino. O Criciúma não quis saber. Foi valente e mandou no jogo. "Se o São Paulo estivesse com força máxima, também teria perdido", recordou algumas vezes o saudoso comentarista Milioli Netto, quando era cutucado a falar daquele jogo histórico. Milioli integrou, na ocasião, a equipe da Rede OM de Televisão, que fez as transmissões daquela Libertadores para todo o país com a narração de Galvão Bueno. Milioli comentou os jogos do Criciúma em casa.
Os 3 a 0 daquela marcante estreia vieram ao natural. Jairo Lenzi abriu o placar aos 41 minutos. Na segunda etapa, Gelson ampliou aos 5 e Adilson Gomes fechou a conta aos 44. O Criciúma do técnico Levir Culpi teve Alexandre, Sarandi, Vilmar, Wilson e Itá, Roberto Cavalo, Gelson e Grizzo, Vanderlei (Soares), Zé Roberto (Adilson Gomes) e Jairo Lenzi. O São Paulo, do técnico Telê Santana, perdeu jogando com Zetti, Pintado, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan, Mona, Suélio (Raí) e Eraldo, Catê, Gilmar e Cláudio Moura (Cafu).
A partida contou com público de 21.345 torcedores no Heriberto Hülse, renda de Cr$ 73,8 milhões. As informações são do Meu Time na Rede.
A campanha do Criciúma na Libertadores 92
6/3 - Criciúma 3 x 0 São Paulo
24/3 - San Jose (Bolívia) 1 x 2 Criciúma
27/3 - Bolivar 1 x 1 Criciúma
1/4 - São Paulo 4 x 0 Criciúma
10/4 - Criciúma 5 x 0 San Jose (Bolívia)
18/4 - Criciúma 2 x 1 Bolivar
30/4 - Sporting Cristal 1 x 2 Criciúma
7/5 - Criciúma 3 x 2 Sporting Cristal
13/5 - São Paulo 1 x 0 Criciúma
20/5 - Criciúma 1 x 1 São Paulo