O ex-secretário de Saúde de Santa Catarina, Helton Zeferino, falou pela primeira vez nesta segunda-feira, 4, sobre a compra dos 200 respiradores pelo valor de R$ 33 milhões. Helton disse que autorizou a aquisição com dispensa de licitação, mas destacou que não é papel do secretário certificar a nota e confirmar o pagamento.
“Nessa compra em específico dos 200 ventiladores, eu recebi a dispensa de licitação para autorização do prosseguimento do processo, essa autorização foi feita, mas a partir daí volta novamente para o setor competente, para que ele possa realizar os procedimentos cabíveis com relação a fornecimento, com relação a empenho”, disse em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina.
O ex-secretário pediu demissão do cargo na última quinta-feira, 30, e, segundo ele, fez isso para que o combate ao coronavírus continuasse sendo o foco no estado. “Eu não havia sequer conversado com o governador ainda, eu fiz a minha carta de renúncia, e logo após a entrevista coletiva que aconteceu no dia 30 eu pedi para conversar para o governador, eu entreguei a ele a minha carta de renúncia, desprovida de qualquer informação referente a Ministério Público, referente à própria questão da Assembleia Legislativa, foi uma ação motivada por mim, justamente porque eu entendo que a secretaria precisa ser preservada nesse momento para que os técnicos que lá estão permaneçam trabalhando diretamente com a Covid”, afirmou.
Zeferino defendeu que todo o processo de aquisição dos respiradores fosse esclarecido, e afirmou que “provocou” a Polícia Civil e a Procuradoria-Geral do Estado para que as investigações fossem instauradas. “Esse processo precisa ser esclarecido, é necessário que tenhamos o esclarecimento para todos, inclusive pra mim, para que nós tenhamos a clareza sobre onde aconteceu esse equívoco dentro do processo”, pontuou.
“Nessa compra em específico dos 200 ventiladores, eu recebi a dispensa de licitação para autorização do prosseguimento do processo, essa autorização foi feita, mas a partir daí volta novamente para o setor competente, para que ele possa realizar os procedimentos cabíveis com relação a fornecimento, com relação a empenho”, ressaltou.
A polêmica da aquisição dos respiradores foi levantada através de uma reportagem do The Intercept Brasil. Os 200 respiradores foram comprados com pagamento adiantado, pelo valor superfaturado de R$ 165 mil cada, de uma empresa do Rio de Janeiro que não contava com histórico de vendas do equipamento - e nem de transações milionárias do tipo. A última previsão de chegada dos respiradores é para 20 de maio.
Fonte: NSC Total