Chamou a atenção no jogo contra o Figueirense a relação entre o técnico Hemerson Maria e Mateus Anderson; os dois travaram conversa particular na volta do intervalo e durante pausa na segunda etapa . O extrema vem sendo cobrado pela torcida nas redes sociais por melhores atuações, mas conta com o apoio do treinador, que o conheceu durante passagem pelo Vila Nova entre 2017 e 2018. No entanto, após o jogo, Hemerson Maria mesmo cobrou o jogador por melhores tomadas de decisões no ataque.
"Quando cito nominalmente o atleta, é porque a gente conhece o potencial. Trabalhei com o Mateus no Vila Nova, foram 70 partidas. Ele precisa ter crescimento, acertar algumas escolhas que ele vem fazendo e prejudica um pouco nosso ataque", analisou Maria sobre a participação do camisa 11 no Orlando Scarpelli.
Mateus Anderson despontou como titular do time desde os primeiros jogos, após ter sido destaque no jogo-treino da pré-temporada contra o sub-23 do Grêmio, quando participou dos primeiros gols da equipe roubando a bola no ataque e até deixando o dele em uma oportunidade. No Catarinense, desfalcou o time na segunda rodada contra o Juventus por uma lesão na coxa. Em campo, ficou marcado pelas oportunidades desperdiçadas contra o Hercílio Luz e pelo pênalti perdido contra a Chapecoense.
Apesar da desconfiança do torcedor, Hemerson Maria enaltece o potencial do atleta; revelado pelo Vila Nova, o extrema de 27 anos foi treinado por Maria em duas temporadas em Goiânia. "Vamos dar moral para o atleta, ele vai jogar o próximo jogo, eu sei do potencial dele. Ele vai dar muitas alegrias para o torcedor do Criciúma", assegura.
Contra o Figueirense, o Tigre focou os ataques pela esquerda, com participação de Pedrinho e Gabriel Silva, que caiu por aquele lado nas principais chances de gol criadas. Para ter mais equilíbrio, Hemerson Maria cobrou Mateus Anderson. "Não responsabilizando ele, porque ele vem contribuindo e se entregando muito. Para ter equilíbrio nos dois lados e crescimento no nosso ataque, preciso do crescimento de Mateus Anderson", aponta.
"Tenho um lateral que completa o Pedrinho, que é o Hélder. Quando o Pedrinho corta para dentro, o Hélder passa no corredor. O Léo não tem essa característica. Quando o Mateus vai para a individual, o Moacir dá a opção de tabela e linha de fundo. O Mateus teve tomadas de decisões que não foram as melhores", acrescentou o técnico.
Do meio para a frente, Mateus Anderson é o jogador com maior experiência em alto nível no futebol brasileiro: disputou a Série B em quatro temporadas, três pelo Vila Nova (duas com o técnico Hemerson Maria, sendo titular da equipe) e uma pelo Cuiabá; no ano passado, ao lado de Uilliam Barros, camisa 9 do Tigre que se recupera de uma lesão, jogou a Série C pelo Paysandu.
Em Belém começou bem, mas caiu de produção ao longo da temporada. Pelo Papão da Curuzu, fez 21 jogos, 12 como titular; marcou quatro gols e deu duas assistências. Dois, dos quatro gols, foram marcados nas duas primeiras partidas. Depois foi perdendo gradativamente o espaço na equipe.
Mateus Anderson é o único atacante canhoto da equipe, o que o credencia ainda mais para a equipe titular; Hemerson Maria gosta de trabalhar com extremas com o pé invertido - na direita um canhoto e na esquerda um destro, como Pedrinho e Gabriel Silva. Outro canhoto para a função é Vinícius Tsumita, volante de origem, mas que tem sido aproveitado mais para a frente com o técnico, a exemplo do jogo contra o Figueirense, quando substituiu Mateus Anderson aos 27 da segunda etapa.
Com Mateus Anderson e mais dez, o Tigre volta a campo na quinta-feira, às 19h, no estádio Heriberto Hülse, onde enfrenta o Brusque. A partida é válida pela quinta rodada do Campeonato Catarinense e o Criciúma busca a primeira vitória na temporada.