As contas não estão fechando no Hospital São José, de Criciúma. Com o aumento de custos e insuficiência dos recursos, a instituição prevê um déficit de mais de R$ 43,6 milhões em 2022. A previsão indica uma receita de R$ 131,4 milhões para mais de R$ 175 milhões em despesas. Os números foram divulgados na manhã desta sexta-feira (12).
Conforme o diretor técnico da instituição, Raphael Elias Farias, o hospital trabalha com dificuldades e tenta encontrar a sustentabilidade financeira para se manter. "Nos últimos anos, nós tivemos um déficit do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação às receitas e despesas. Isso foi intensificado no pós-pandemia. Temos recursos restritos do sistema público de saúde, os custos aumentaram muito em todos os sentidos. Essa conta realmente está nos preocupando", enfatiza.
O HSJosé presta serviços de alta complexidade e tem a segunda maior produção ambulatorial do SUS em Santa Catarina. No entanto, tem um volume muito menor de recursos em relação aos demais hospitais do estado. A instituição recebe em torno de R$ 8,9 milhões por mês no contrato via SUS, quando o valor necessário deveria ser de R$ 12,1 milhões.
Do Governo de Criciúma, a entidade recebe um incentivo de R$ 50 mil mensais. "Hoje, o déficit do Sistema Único de Saúde está em mais de R$ 3 milhões por mês. Esse déficit mensal pode chegar a valores muito altos e inviabilizar o serviço", ressalta Farias.
Ampliação como forma de equilíbrio
Segundo o gestor, os espaços que serão ampliados e entregues até junho do ano que vem devem auxiliar na sustentabilidade financeira do hospital. Isso porque as novas estruturas e serviços vão contemplar consultas por convênio e atendimentos particulares, como o Centro de Diagnóstico por Imagem.
"Nós precisamos dessa estrutura para manter a casa e continuar investindo como a gente sempre investiu", conclui o diretor.