Seis décadas atrás, uma pessoa de 50 anos já era considerada improdutiva e acima da idade para permanecer no mercado de trabalho. Hoje, é comum encontrar trabalhadores produzindo normalmente aos 60 anos. Porém, a continuação de suas atividades profissionais está cada vez mais desafiadora por conta de um preconceito chamado etarismo.
Confira a entrevista completa:
[A matéria continua após o vídeo]
Em um ambiente cada vez mais conectado, o avanço tecnológico tem melhorado a qualidade de vida e longevidade das pessoas. Ao passo que as pessoas mais velhas, supostamente, não acompanhariam essa evolução. A consultora de líderes e especialista em etarismo, Cristiane Barata, ressalta que a maior dificuldade está em reingressar ao mercado.
O que é etarismo?
Etarismo é um preconceito com a idade. A maioria das pessoas não sabe, mas já pode ter passado ou passa por isso. “Está crescendo bastante, porque nossa faixa etária de vida está aumentando. Se a gente não lidar com isso e verificar o conteúdo que as pessoas mais velhas podem trazer para o ambiente de trabalho, nós vamos ter uma série de problemas”, salienta.
Às vezes, o candidato é muito qualificado para a vaga, mas as empresas não a contratam por conta da idade avançada. Segundo Cristiane, isso acontece porque os contratantes deduzem que os mais velhos possuem pouco conhecimento de tecnologia ou, também, porque, quanto mais velho, maior a probabilidade de aderir a uma doença.
“Mas, nos últimos anos, eu vejo uma evolução muito grande nesses temas. Porque a sociedade está pedindo mudança”, frisa. “Hoje as pessoas casam mais tarde, tem filhos mais tarde e as necessidades financeiras delas aumentam em um período mais tardio. Por isso a idade para se aposentar está sendo cada vez mais jogada para frente”, acrescenta.
“Quanto vale o meu conhecimento?”
Para se livrar disso, a especialista em etarismo destaca a importância de conhecer seu valor. “Preciso saber quanto eu valho. As pessoas, às vezes não sabem, porque sempre foi definido pelo mercado. Temos que se perguntar: quanto vale o meu conhecimento?”, questionou. “Não é uma pergunta fácil, mas ela precisa de uma resposta. Eu preciso rever a minha vivência, porque não é só a faculdade que eu fiz, toda a minha vida conta”, conclui.