A Associação Empresarial de Criciúma (Acic) acaba de divulgar mais uma edição do Boletim de Conjuntura Econômica, elaborado pelos economistas Leonardo Alonso Rodrigues e Alison Fiuza. Os dados oficiais levantados e analisados pelos especialistas apontam crescimento tanto no município quanto na mesorregião Sul do Estado.
Dos dez indicadores analisados na região, nove seguem positivos. Entre janeiro e julho deste ano, em relação ao mesmo período de 2023, o volume exportado no Sul do Estado cresceu 24,6%, totalizando US$ 672,8 milhões negociados.
O aumento nas importações ficou em 18,6% no Sul catarinense, com mais de US$ 608,6 milhões comercializados, fazendo com que a balança comercial apresentasse superávit no acumulado dos sete meses na mesorregião.
"As exportações de Criciúma somaram US$ 65,6 milhões entre janeiro e julho. Santa Catarina totalizou US$ 8,4 bilhões no mesmo período, mantendo-se como o nono estado que mais exporta no país", observa Rodrigues.
"Por outro lado, no período de janeiro a julho, as importações em Criciúma totalizaram US$ 294,1 milhões. As importações no nível estadual atingiram US$ 18,8 bilhões, sendo a balança comercial deficitária nos dois casos", acrescenta.
Também com números fechados até julho, a mesorregião apresentou alta de 5,8% na geração de ICMS e de 2,8% na arrecadação com o IPVA.
Primeiro semestre
Considerando o primeiro semestre, a geração de empregos formais no Sul catarinense registrou crescimento de 17,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a frota de veículos cresceu 3,7% no acumulado de janeiro a junho, em relação aos seis primeiros meses do ano anterior.
Dados bancários e consumo de energia
O boletim traz também dados bancários de Criciúma e do Sul catarinense, fornecidos pelo Banco Central. No acumulado até maio, as operações de crédito tiveram aumento de 5,8%, enquanto os financiamentos imobiliários registraram incremento de 9,3%.
Outro indicador analisado foi o consumo de energia elétrica, que teve aumento de 6,7%no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado na região.
O único recuo observado na mesorregião diz respeito ao saldo de empresas (aberturas x fechamentos). No acumulado até julho, houve queda de 1,5%, no comparativo com o mesmo período do ano anterior.
Análise
"Os indicadores recentes de atividade econômica do município de Criciúma, bem como da mesorregião Sul catarinense, apresentaram-se de forma bem positiva até este momento de 2024. Alguns fatores no cenário macroeconômico contribuíram para esses resultados, como a inflação, que tem demonstrado uma tendência de melhora", cita Fiuza.
O IPCA (índice de referência para a inflação brasileira), registrou uma taxa acumulada de 4,50% nos últimos 12 meses, até julho de 2024, em contraste com o pico mais recente, em abril de 2022, que atingiu 12,13%.
Essa melhoria também permitiu ao Banco Central conduzir até o momento a redução da taxa básica de juros, que estava em 13,75% ao ano e atualmente está mantida em 10,50% ao ano.
"Além disso, o mercado de trabalho tem mostrado uma notável dinâmica, com criação líquida de empregos e aumento real dos salários. Esses fatores combinados têm gerado impactos positivos diretos, refletindo-se na economia como um todo, ainda mais quando se diz respeito ao consumo", completa Rodrigues.
Apresentação
O economista apresentou os números do boletim aos diretores da Acic, na reunião da última segunda-feira, 19. As informações também podem ser consultadas no site da entidade empresarial.
Colaboração: Deize Felisberto/Acic