Durante encontro com o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes da indústria brasileira entregaram uma agenda com 44 propostas para a retomada da indústria e do emprego em 2022. O documento foi elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com a participação das federações de indústrias, entre elas, a FIESC. O presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, liderou comitiva de 12 empresários catarinenses que participaram do evento, promovido pela CNI, em Brasília, nesta terça-feira, dia 7. Aguiar também reuniu-se com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em evento na sede da CNI.
O documento reúne propostas para que o Brasil tenha uma indústria dinâmica, recupere a competitividade e volte a crescer e a gerar empregos e renda. Ele contempla proposições nas seguintes áreas: tributação, eficiência do estado, financiamento, infraestrutura, meio ambiente, inovação, educação, comércio exterior, relações de trabalho e micro e pequenas empresas.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu a redução do Custo Brasil. “Nos últimos 10 anos, o PIB cresceu em média apenas 0,3% ao ano. A principal razão para esse resultado é a baixa competitividade da indústria brasileira que vem sendo sufocada pelo Custo Brasil. Sem uma indústria mais forte, competitiva, sustentável e internacionalizada não voltaremos a crescer mais de 3% ao ano de forma sustentável”, declarou.
Em seu discurso, Bolsonaro disse que desde o início do governo há um trabalho em curso para melhorar o ambiente de negócios e a vida de quem empreende. “Vocês não devem nenhum favor para nós. Quem emprega são vocês. Quem cria a massa de empregos que gera riqueza no país são vocês (empresários). E nossa obrigação é ajudá-los e não atrapalhá-los”, afirmou, destacando o potencial do Brasil para crescer.
Estudos mostram que cada real produzido na indústria gera R$ 2,43 na economia do país. O potencial do segmento de transformação para impulsionar o crescimento é ainda maior: cada R$ 1 produzido pelo setor resulta em R$ 2,67 para o PIB. “O Brasil não consegue crescer porque a indústria de transformação brasileira encolheu, em média, 1,6% ao ano nos últimos dez anos - e perdeu espaço tanto na economia nacional quanto na produção mundial. O motor do crescimento da economia brasileira está sofrendo e isso tem consequência para a sociedade como um todo. Por isso, precisamos resolver a questão do custo Brasil”, afirmou Braga de Andrade, lembrando que o custo Brasil retira R$ 1,5 trilhão por ano das empresas.
“O nosso esforço é de transformação do estado brasileiro, com o controle dos desperdícios que fazem a matriz do Custo Brasil. A nossa proposta e o diagnóstico é exatamente esse: vamos reindustrializar o Brasil e abrir a economia brasileira”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Além de Aguiar, por Santa Catarina participaram do encontro os empresários: Alceu Lorenzon, Alfredo Piotrovski, André Armin Odebrecht, Astor Kist, Célio Bayer, César Augusto Olsen, Israel José Marcon, José Fernando da Silva, Márcio Dalla Lana, Ronaldo Baumgarten, Rui Altenburg e Thiago Fretta.
Entre os ministros presentes estiveram: Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Onix Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Walter Braga Netto (Defesa), Carlos Alberto França (Relações Exteriores), Milton Ribeiro (Educação), João Roma (Cidadania), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Joaquim Pereira Leite (Meio Ambiente), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), além do advogado-geral da União, Bruno Bianco; do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna.