O caso envolvendo a confusão entre a Polícia Militar e os jornalistas paranaenses no jogo entre Criciúma e Paraná, na noite de terça-feira, 19, no Estádio Heriberto Hülse, foi comentado por instituições jornalísticas de Santa Catarina. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina (Acesc) lançaram notas na manhã desta quarta-feira, 20, sobre o caso.
Antes mesmo do fim do jogo, próximo ao túnel que dá acesso ao vestiário do time visitante, o repórter da rádio Transamérica de Curitiba, Jairo Silva Junior, e o assessor de imprensa do Paraná Clube, Irapitan Costa, foram detidos pela Polícia Militar.
Em nota, a Abert repudiou a ação da Polícia Militar e solicitou que as autoridades locais apurassem os fatos. A Acesc solicitou que o vice-presidente da região Sul também acompanhe o caso e afirmou que repudia qualquer tipo de violência ou cerceamento da liberdade de trabalho.
Veja as notas oficias
ABERT
NOTA DE REPÚDIO
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) repudia, com veemência, a ação da Polícia Militar de Santa Catarina contra o repórter Jairo Silva Junior, da Rádio Transamérica de Curitiba (PR), durante cobertura do jogo entre Criciúma e Paraná, no estádio Heriberto Hulse, em Criciúma (SC). Ao registrar as agressões por parte de policiais militares a funcionários da equipe do Paraná, Jairo foi detido e conduzido à delegacia e teve o aparelho celular apreendido.
Nada justifica a agressão a um repórter que está devidamente identificado como imprensa e no exercício da profissão. A plena liberdade de informação jornalística está garantida na Constituição Federal e não pode, em qualquer circunstância, ser desrespeitada.
A ABERT pede às autoridades locais a apuração dos fatos e punição dos responsáveis.
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
ACESC
INCIDENTES EM CRICIÚMA
Tendo em vista os incidentes verificados no final do jogo Criciúma x Paraná Clube, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, na noite de ontem (19) envolvendo o repórter Jairo Silva da Fonseca Júnior, da rádio Transamérica, de Curitiba e a Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, a ACESC esclarece que:
1 – Assim que soube do ocorrido, logo após o encerramento da partida, o presidente da ACESC, José Mira solicitou ao vice-presidente da região Sul, Gilberto Custódio que acompanhasse o caso, obtendo maiores informações e prestando assistência ao profissional da imprensa esportiva;
2 – Conhecido os relatos das partes envolvidas, o vice-presidente da ACESC encaminhou as medidas necessárias para a melhor solução do problema;
3 – A despeito do anúncio de violência contra o profissional de imprensa oferecemos aqui o link para acesso ao twitter oficial da Rádio Transamérica, onde o próprio repórter envolvido oferece a sua versão, bem mais amena do que os registros, alguns precipitados, apresentados contra a Polícia Militar de SC;
3 – A ACESC repudia qualquer ato de violência que venha a ser praticado em situações dessa natureza e reafirma a sua confiança e solidariedade a gloriosa corporação da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, sempre atenta no cumprimento do seu dever;
4 – Por fim, lembra a ACESC que o acesso dos profissionais de imprensa ao entorno do gramado é regulado pela Confederação Brasileira de Futebol, à quem compete estabelecer as normas de conduta dos profissionais credenciados. No que diz respeito aos profissionais de rádio, a referida norma “proíbe aos repórteres de rádios fotografar e filmar enquanto no entorno do gramado”;
5 – Diante dos fatos expostos a ACESC ratifica o seu repúdio à qualquer violência que possa ser praticada e apela no sentido de que a compreensão e o bom senso possam encontrar a melhor solução para o caso.
José Antônio de Mira
Presidente da ACESC