Embora a má campanha do Criciúma, Itamar Schulle mostra que chegou, chegando. O novo técnico tricolor, apresentado na tarde desta quinta-feira, 8, para substituir Roberto Cavalo na sequência da Série C do Campeonato Brasileiro, promete empenho total na busca do grande objetivo: o acesso.
"É um momento de nos unir e buscar o que necessitamos, as vitórias, a classificação entre os quatro e, no dia a dia, em conjunto com a direção de futebol, com o presidente, a gente olhar as necessidades, se assim for necessário, as necessidades de algum reforço, de fazermos esse trabalho em conjunto com o objetivo principal de buscar essa classificação e depois brigar pelo acesso à Série B, vejo que é o passo mais importante nesse campeonato", destacou.
A estreia de Itamar no Criciúma - ou reestreia, já que ele treinou o time em 2009 e 2010 - será no domingo, 11, às 20h, contra o Londrina no estádio Heriberto Hülse, pela primeira rodada do segundo turno da Série C. Ele assume o Tigre em quinto lugar no Grupo B da Série C com 12 pontos.
Dificuldades à vista
Mas Itamar alertou para as dificuldades que a Série C impõe. "A competição é muito difícil, os grupos são difíceis. Não dá para dizer qual grupo é mais forte, são todas as equipes bem preparadas e se preparando cada vez melhor, contratando mais para buscar essas vagas. Vejo o elenco do Criciúma e os jogos que vi, um elenco com qualidade, todo mundo passa por situações difíceis, é mais uma de tantas que o Criciúma já passou, mas ela é, com um conjunto de fatores, todos temos como resolver", garantiu.
Ele lembrou que, na sua passagem anterior, o Criciúma vivia um dos piores momentos da sua história. "Eu não vi, pode ter acontecido, vocês podem dizer, eu faz dez anos que saí daqui, eu não vi um momento pior do que eu assumi há dez anos. Eu não me lembro do Criciúma ter passado por um momento pior, se passou vocês têm que me dizer. O Criciúma tinha perdido aqui por 4 a 1, se empata lá o Criciúma tinha caído. Tivemos que vencer lá com um gol do Glaydson de perna esquerda, que nunca tinha chutado de perna esquerda. Depois vencemos o Brasil aqui revelando jogadores da base e foi um trabalho muito difícil", recordou.
Já subiu na C
Itamar tem experiência na Série C. Em 2018 conquistou o acesso com o Cuiabá. "A gente disputou a Série C pelo Cuiabá e foi muito difícil. Fomos montar um time, para montar um grupo foi complicado, você convida um jogador para disputar em 2018 a Série C, fomos campeões do Mato Grosso em 2018 e 2019, convidar um atleta para jogar no Cuiabá, ninguém queria ir. Quem queria ir para o Mato Grosso? Foi difícil. Ninguém queria", sublinhou. "O Criciúma, não. O Criciúma é um clube que revela, formador, campeão de tantas glórias como acabei de dizer, é um clube onde você faz um convite, como foi feito a mim, a um atleta, a possibilidade de ele vir é grande. A conquista pelo Cuiabá nos deu um amadurecimento de ver a dificuldade que é", observou.
O novo técnico tricolor lembrou a importância de criar um bom ambiente de trabalho. "Cada treinador tem um pensamento, uma forma de gerir elenco e trabalhar com grupo. Eu vejo que o bom ambiente é fundamental, independente do momento que se vive. Não pode ter um bom ambiente só quando é líder, tem que ter bom ambiente quando não é líder e está com salário atrasado também. Isso que nós treinadores temos também que fazer parte, fazer um bom ambiente, ajudar nesse processo", registrou. "E vim aqui fazer o meu melhor, eu acabei de falar isso no almoço. Tudo tem que ser analisado, eu analiso o meu trabalho, não me escondo atrás do que eu conquistei há seis, sete anos", emendou.
Quatro títulos desde 2015
Aí, Itamar lançou um desafio. "Achem uma comissão técnica que ganhou quatro títulos nos últimos seis anos", destacou, lembrando os recentes bons resultados. Ele ganhou o Paranaense de 2015 pelo Operário, o Paraibano de 2017 no Botafogo e o bicampeonato matogrossense em 2018 e 2019 no Cuiabá, além de, pelo mesmo clube, assegurar um acesso à Série B em 2018. Mas foi provocado, também, a recordar os rebaixamentos com o ABC, em 2017, e o Vila Nova, na temporada passada. "Quando chega numa equipe, por exemplo, no ABC, não podia mais contratar, buscamos jogadores na base, não conseguimos, em cinco jogos livrar o ABC, mas conseguimos em cinco jogos dar para o ABC o que ele não teve em dois anos, parte financeira, na venda dos atletas, investimentos na base que estavam parados. No Vila Nova também, momento difícil, cinco jogos, por questão de uma vitória a gente não conseguiu o resultado", frisou.
Mas o técnico vê diferenças entre as passagens por ABC e Vila Nova e agora, a situação do Criciúma. "São situações diferentes. Hoje pegamos um trabalho no meio, pode buscar mais atletas para ajudar, se assim for necessário, e tem ainda nove jogos para fazer e buscar o primeiro objetivo que é a classificação. Quanto mais tempo tem num trabalho, melhor é para o treinador, sempre será. E aqui a gente terá esses jogos que restam para botar esse trabalho em prática e buscar o primeiro objetivo, a classificação, para depois pensar no próximo quadrangular", salientou.
Fórmula boa
O treinador vê vantagens na nova fórmula da Série C, que em vez de mata-mata passou a ter, nessa temporada, quadrangulares para definir o acesso. "Eu vejo que ficou melhor esse formato, porque às vezes era muito injusto, uma equipe tinha excelente campanha, ia disputar com o quarto com 15 pontos a menos, fez um jogo mal e justamente aquele jogo mal perde, e perde a classificação. Somou 15 pontos a mais e não adiantou. Agora ficou mais justo, vai brigar por quatro vagas, em novo quadrangular, e aí sim é uma coisa mais justa, que dá a possibilidade de às vezes fazer um jogo não tão bom daí tem o outro jogo para recuperar. No mata-mata, passei isso no Cuiabá. Fomos jogar com o Atlético do Acre, se fizesse um mal jogo em casa poderia não ter subido", analisou.
Itamar ainda não tratou de reforços. Disse que vai analisar o elenco, conversar com os remanescentes do clube para, depois, tratar da situação do elenco com a direção. O técnico chegou acompanhado do seu auxiliar Lucas Isoton, do preparador físico Carlos Gamarra e do analista de desempenho Francisco Salles.
Ouça a entrevista no podcast:
Assista, no vídeo, a entrevista coletiva com o treinador. Abaixo, o Minuto a Minuto com os principais momentos da entrevista coletiva de apresentação de Itamar Schulle:
Acompanhe a apresentação ao vivo na Rádio Som Maior e no Minuto a Minuto do 4oito.