Após a morte de mais um animal marinho por falta de equipamentos e estrutura, os voluntários do projeto Educamar clamam pela ajuda de órgãos ambientais do Estado. A região sul de Santa Catarina não possui um local adequado para que as instituições possam socorrer um animal da orla. Ajuda externa precisa ser solicitada e, até essa equipe chegar, o animal já perdeu a vida. Isso foi o que aconteceu com o leão-marinho encontrado em Balneário Gaivota.
Com cerca de dois metros de comprimento e pesando, em média, 300 quilos, o leão-marinho foi visto na beira da praia no último sábado (2). Segundo a ambientalista, pesquisadora e voluntária do projeto Educamar, Suelen Santos, tratava-se de um animal idoso, em escore corporal muito abaixo do normal para a espécie e muito debilitado. Ele foi acompanhado e monitorado pela equipe desde que acostou no município até vir a óbito nesta quinta-feira (7), cinco dias depois.
“A gente fez os primeiros atendimentos, só que, como se tratava de um animal de grande porte e, mesmo debilitado, ele ainda estava um pouco responsivo, nós resolvemos esperar o pessoal da equipe R3 Animal de Florianópolis, que tem todo o equipamento suficiente para atender um animal desse porte que é um leão marinho. Infelizmente o animal não resistiu e veio a falecer no local”, lamentou a pesquisadora.
Não foram identificadas marcas de brigas com outros membros de sua espécie, nem marcas de interação humana. Até então não se sabe a real causa do falecimento do animal. A equipe de apoio da Udesc de Laguna, posteriormente foi recolher a carcaça do animal para fazer a análise necrópsia e saber qual foi a causa do óbito. Esse resultado deve sair até a próxima sexta-feira (8).
“A maioria dos casos de atendimento de fauna, principalmente fauna marinha, na nossa região, têm esse problema, por que nós não temos um local para atender esses animais marinhos, que é algo que deveríamos ter. É algo que, tanto a nossa equipe da Educamar, que faz um trabalho voluntário aqui na região de atendimento e resgate de fauna, quanto outras instituições, conseguem perceber a necessidade”, comentou Suelen.
Animais na beira-mar
Muitas vezes os animais marinhos procuram a faixa de areia para descansar, a recomendação é de que eles não sejam incomodados, molestados ou, até mesmo, alimentados. “De julho a novembro as pessoas vão acabar encontrando alguns animais marinhos na orla, então é muito importante que a população, ao encontrar esses animais, não molestem, não empurrem pra água, não tentem alimentar, não joguem água, deixem o animal ali descansando e acionem os órgãos responsáveis”, alertou.
Ao encontrar um animal na beira-mar, o cidadão deve acionar a Secretaria de Meio Ambiente do seu município, a Polícia Militar Ambiental, ou a equipe do Educamar. “Sempre importante que as pessoas respeitem o animal, deixem ele descansando, por que, se for animal marinho e estiver na praia, ele está no seu ambiente, então é importante as pessoas respeitarem esse tempo”, explicou a ambientaista.
Educamar
O projeto de monitoramento de praias da bacia de pelotas Educamar é licenciado pelo IBAMA e ICMBio e atende aos encalhes de animais marinhos da região de Araranguá a Passo de Torres, divisa com Rio Grande do Sul. Ao avistar animal vivo ou morto, acione os órgãos responsáveis.
Educamar: (48) 999845665
IMA: (48) 988081442
PMP: 08006423341