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Lideranças participam de seminário de prevenção ao suicídio em Criciúma

"Viver, a melhor escolha" levou debate para a cidade. Em dez anos, foram mais de 7 mil casos em Santa Catarina

Marcelo Espinoza / Agência AL Criciúma, SC, 28/09/2019 - 19:20
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Lideranças comunitárias da região de Criciúma participaram, na noite desta sexta-feira, 27, do Seminário “Viver, a melhor escolha”, promovido pela Comissão de Prevenção e Combate às Drogas da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em parceria com a Escola do Legislativo. O evento, realizado na Câmara Municipal de Criciúma, é promovido em várias regiões do estado, com o objetivo de capacitar líderes na prevenção e no combate ao suicídio.

Presidente da comissão que promoveu o seminário, o deputado Ismael dos Santos (PSD) apresentou dados sobre a quantidade de suicídios registrados em Santa Catarina. Conforme a Polícia Civil, em dez anos, foram mais de 7 mil casos; Criciúma foi a quarta cidade a apresentar o maior número de ocorrências.

O suicídio, no Brasil, já é a segunda causa de morte em pessoas entre 17 e 29 anos. Mesmo quem é mais preparado para lidar com o tema é afetado. Conforme Ismael, o número de policiais militares que se suicidam é maior do que aqueles quem morreram em serviço.

O parlamentar apresentou pontos que considera importantes para uma vida saudável e feliz, com o objetivo de prevenir a depressão: a necessidade de um plano de vida, de se concentrar no que é importante, de não confundir bens materiais com sucesso, estar aberto a novas ideias, além de pontos mais simples, como arranjar um passatempo, fazer atividades físicas, ter boa alimentação e respeitar o sono.

Mas, para Ismael, fortalecer a fé é essencial nesse trabalho de prevenção. Ele relatou o caso de seu pai, que enfrentou caso de suicídio na família ainda quando era jovem, mas conseguiu se reerguer, graças à religião.

“Quando a pessoa entra em depressão, ela perde o poder de decisão. No silêncio, a depressão e o suicídio acabam crescendo”, disse.

Sinais

Especialista em pré e pós-suicídio, o advogado e bombeiro voluntário Daniel Bueno, um dos palestrantes do evento, ressaltou que a depressão, embora não seja a única, é a principal causa do suicídio. Ele afirmou que é preciso combater os clichês sobre o assunto, como atribuir a depressão a “frescura” ou a “falta do que fazer.”

“Tristeza, frustrações, todos teremos ao longo da vida, mas a depressão vai além disso. Ela pode estar mascarada num sorriso”, afirmou Bueno. “Não tem a ver com a falta de Deus. A espiritualidade ajuda, mas não é a única tábua de salvação.”

Ele apontou os principais fatores de risco que podem levar à depressão: histórico familiar, estresse crônico, disfunções hormonais, ansiedade crônica, dependência química, traumas psicológicos, conflitos conjugais, mudanças bruscas nas condições financeiras, desemprego, entre outros.

É importante, conforme Bueno, ficar atento a situações como o desapego pelas coisas que antes causavam prazer na pessoa ou a conversas sobre “como a vida perdeu a graça”.

“O corpo vai dando sinais. O próprio corpo pede socorro. Pessoas que dormiam bem passam a não dormir mais”, alerta, lembrando que 90% dos casos de suicídio consumado poderiam ser evitados. “É uma questão de saúde pública, que deveria ser tratada por meio de políticas públicas.”

Uso de drogas, transtornos de humor, bipolaridade, transtorno de personalidade borderline também são outras causas do suicídio. Atitudes simples como uma alimentação saudável, prática de atividades físicas com regularidade auxiliam na prevenção desse mal.

Presenças

O presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), participou da abertura do seminário. “O Poder Legislativo se restringia a fazer as leis, debater temas e fiscalizar o governo. Com o passar do tempo, se modernizou e passou a interagir mais diretamente com a sociedade
Trazer temas sensíveis e contemporâneos como esse é fundamental.”

O deputado federal Ricardo Guidi (PSD) também esteve no evento. Ele destacou a importância do trabalho desenvolvido pela Comissão de Prevenção e Combate às Drogas da Alesc. “Eventos como esse ajudam a conscientizar as pessoas para que elas possam prevenir esse mal que está tão presente nas nossas vidas.”

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