Içara abrirá nos próximos 60 dias em torno de 450 novas vagas de emprego com a inauguração de três grandes empreendimentos. Atacadão, da rede Carrefour, que abre as portas em junho, Combo Atacadista, da Rede Giassi; que inicia a operação em julho; e a TCA Transformações Veiculares, que inaugura em 20 dias.
Destes, dois estão localizados na Rodovia Paulo Búrigo (SC-445), e a grande movimentação esperada deve dar grandes impactos à via que é o principal acesso à segunda maior cidade da Amrec. Por isso, Combo e Atacadão elaboraram projetos de intervenções para que o trânsito possa fluir sem maiores transtornos.
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O problema, conta o prefeito de Içara, Murialdo Gastaldon (MDB), é que os projetos estão parados na Secretaria de Estado da Infraestrutura, mesmo as próprias empresas elaborando os projetos e investindo nas obras posteriormente. “As obras de melhoria no trânsito estão atrasadas no Deinfra. Em frente ao Combo, são duas intervenções, a extensão da rótula já existente e ruas paralelas. O Deinfra aqui da região aprovou o projeto e encaminhou para o Estado analisar. Em frente ao Carrefour, o projeto está sendo analisado pelo Deinfra há cerca de 45 dias”, revela o prefeito.
"A Secretaria de Estado da Infraestrutura está estudando o projeto apresentado", limitou-se a responder o Governo do Estado, procurado pela redação do 4oito.
Impacto em breve
Enquanto o Estado não dá respostas efetivas, as obras vão a todo vapor. O Atacadão abre as portas em junho e o Combo em julho. Pela localização, ambos precisam das alterações viárias para melhor fluxo do tráfego junto à SC-445. O Atacadão fica nas proximidades do Crematório Millenium, em uma reta de fluxo constante e, por vezes, congestionamentos. O Combo tem uma situação ainda mais delicada, pois está diante da rótula de acesso à Rua Vitória, local de movimento constante e com picos nas primeiras horas da manhã, perto das 12h e no fim de tarde.
Em relação aos empreendimentos, o Combo Atacadista possui 3,8 mil metros quadrados, 17 chekouts, quatro caixas de autoatendimento e 270 vagas de estacionamento cobertas. O empreendimento irá gerar 200 empregos diretos, enquanto o Atacadão, da rede Carrefour, empregará em torno de 250 pessoas.
Duplicação descartada
Não é de hoje que se discute a necessidade de uma Rodovia Paulino Búrigo ampliada. Em 2011 já se falava no assunto, que ganhou corpo dois anos depois. Em janeiro de 2013 um projeto de duplicação chegou a ser apresentado em audiência pública na Câmara. A intenção das lideranças de Içara era reivindicar junto ao Governo do Estado a ampliação da então SC-444 para o molde da Avenida Jorge Elias de Lucca, na ligação com Criciúma. O trecho teria quatro viadutos em 11 quilômetros.
"A rodovia foi um dos maiores vetores de desenvolvimento da cidade e hoje é um entrave. A sua duplicação não significa somente o desentrave, mas também o caminho de novas possibilidades de crescimento de Içara, respeitando muito o ser humano. A preocupação é respeitar a vontade da população, por isso, a reunião é importante e fundamental", dizia, na ocasião, o prefeito Murialdo.
Na audiência foi informado que a frota de Içara havia aumentado 163% na década e que na SC-445 passavam, em média, de 20 a 30 mil carros por dia, fazendo do trecho uma das três rodovias estaduais mais movimentadas de Santa Catarina.
Depois de alguns meses de concepção, o projeto de duplicação foi apresentado à comunidade em 2014 pelo Deinfra. A ideia era fazer uma rodovia com elevados e com custo de R$ 91 milhões. A comunidade contrapôs, solicitando que, até para baratear os custos e manter a via integrada ao comércio e à cidade, seria importante fazer a Paulino Búrigo uma extensão das avenidas Centenário e Jorge Elias de Luca.
Como acabou considerado inviável o projeto, a rodovia acabou ganhando uma revitalização que custou R$ 12 milhões e foi concluída em 2018, quando a rodovia já acusava um tráfego diário de 27 mil veículos, conforme dados da Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Havia a expectativa de que a inauguração da Via Rápida, em dezembro de 2017, fizesse diminuir o fluxo da SC-445, o que de fato aconteceu nos primeiros meses, mas depois da revitalização os congestionamentos e o trânsito lento voltaram a se verificar.