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Mais um dia de filas. Bancários "pedem respeito"

Na região, filas diante de agências da Caixa se repetem. Do Rio, vem uma nota em nome dos trabalhadores dos bancos

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 05/05/2020 - 11:30
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Mais um dia de longas filas diante de agências da Caixa Econômica Federal. Na sua maioria, são os beneficiados pelo Auxílio Emergencial do Governo Federal buscando tirar dúvidas ou sacar os recursos, R$ 600 ou R$ 1,2 mil, conforme a categoria na qual se enquadrou o trabalhador.

Em Criciúma, registros de movimentação diante da agência do Rio Maina, que esteve fechada na semana passada, já que uma funcionária atestou positivo para Covid-19, e com isso a Caixa colocou em prática o protocolo do isolamento. Fila longa também na agência de Içara. "Super aglomeração na Caixa do Rio Maina. Tem mais de 50 pessoas na fila, semana passada a Caixa já foi fechada pois tinha funcionário com Covid-19, daí pergunto, será que na fila de banco não se pega esse vírus?", questionou Edinaldo Brasil Floriano, morador do Rio Maina, em mensagem enviada à redação da Rádio Som Maior e 4oito.

Em resposta, a gerência regional da Caixa reforçou as regras que estão sendo seguidas dentro das agências. "Estamos atendendo conforme os clientes procuram a agência é sempre seguindo a regra de não haver dentro da agência mais do que 50% de clientes frente a quantidade de assentos disponíveis", informou o gerente regional da Caixa, Rudolfo Cabral. Outra unidade que esteve fechada na semana passada foi a de Urussanga, pela mesma razão, de apresentar uma trabalhadora contaminada pelo coronavírus. Além do limite de pessoas dentro de cada unidade, há a orientação para o respeito ao espaço de 1,5 metro entre as pessoas na fila e o uso de máscara por todos. 

Confira também - Caixa reabre agências de Rio Maina e Urussanga

A Caixa, a partir de orientação do presidente Pedro Guimarães, reforçou seus quadros, com a contratação de vigilantes e orientadores. "As agências que possuem maior fluxo de pessoas contrataram mais dois vigilantes desarmados para atuar na organização das filas", confirmou o gerente Rudolfo. Em Criciúma, foram inicialmente contempladas as agências Centro e Próspera, bem como as unidades de Içara, Araranguá e Sombrio.

Críticas e reclamações

Em todo o país a situação das filas vem sendo crítica, com casos bem piores que os de Santa Catarina em outros estados. Em resposta a críticas que bancários da Caixa vêm sofrendo, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) emitiu uma nota na manhã desta terça-feira. Confira:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

 

Bancários da Caixa exigem respeito

 

Como sempre, estamos do mesmo lado do povo

 

As filas formadas diariamente em frente às agências da Caixa Econômica Federal, para o pagamento do auxílio emergencial, têm revelado o drama de milhões de brasileiros, que hoje dependem do benefício para sobreviver, e, além disso, têm exposto as dificuldades de garantir atendimento digno e seguro.

O problema da população ganha visibilidade, mas as enormes dificuldades enfrentadas por bancários e bancárias para encarar esse desafio continuam sem a atenção necessária. Ao contrário, apesar do imenso esforço para continuarmos trabalhando e atendendo o público, somos alvos de críticas infundadas por total desconhecimento da realidade atual da categoria.

Os funcionários da Caixa têm consciência do seu papel social e orgulho de fazer parte de um banco público que, há mais de 150 anos, presta serviços à população mais necessitada.

Não há recusa ou falta de empenho no atendimento, apesar da recente redução de pessoal: nos últimos cinco anos, 15 mil funcionários deixaram o banco. Com esse quadro, a Caixa assume a responsabilidade de acolher as 50 milhões de pessoas habilitadas para receber o auxílio emergencial. Outros 26 milhões estão na fila, aguardando análise. Calcula-se que o número total de beneficiados possa chegar a 90 milhões de brasileiros.

Estes números trazem à tona o quadro de precarização do mercado de trabalho no país, fruto dos ataques aos direitos do trabalhador realizados nos últimos anos através da Reforma Trabalhista e de outras medidas. Quase metade da população brasileira está à margem do mercado formal de trabalho.

Os bancários têm enfrentado riscos diários, atendendo a filas inesgotáveis, para que os benefícios cheguem às mãos dos mais necessitados. Mesmo sem as condições ideais de segurança, os empregados da Caixa têm se desdobrado para executar a missão que lhes foi confiada.

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e as diversas associações de funcionários da Caixa, preocupados com a segurança e a saúde dos empregados, têm realizado incessantes cobranças e negociações para que não faltem nas agências equipamentos de proteção, como barreiras de acrílico, máscaras e álcool gel. E garantimos avanços nesse sentido.

Temos, ainda, insistido na necessidade de agendamento do atendimento, no investimento em campanhas informativas, na contratação de empresas para organização e triagem nas agências, além da incorporação das demais instituições financeiras no pagamento do auxílio, sendo que nenhuma dessas reivindicações, que minimizariam os problemas enfrentados, tenham sido atendidas até o momento.

Mesmo diante de todas as dificuldades, seguimos cumprindo nosso papel. Muitos bancários estão adoecendo, três já perderam a vida no município. Manter as agências abertas tem sido um esforço diário para os funcionários e o fechamento se dá apenas em caso de suspeita concreta de contaminação de um funcionário por coronavírus. Portanto, nesses casos, a suspensão do atendimento se torna necessária para que haja descontaminação da agência, garantindo a volta ao funcionamento com segurança para bancários e clientes.

Diante dessa realidade, nos causa profunda indignação saber que um jornalista é capaz de afirmar que "qualquer espirro leva ao fechamento de agências da Caixa". Além de mentirosa, essa é uma fala absolutamente desrespeitosa com a nossa categoria.

Lamentamos profundamente que órgãos de comunicação prestem um desserviço num momento tão grave quanto o que vivemos. Assim como respeitamos os jornalistas, que têm papel importante e continuam em suas funções durante a pandemia, exigimos respeito ao nosso esforço diário, pois arriscamos nossa saúde e nossa vida para cumprir, com profissionalismo e consciência, o papel que nos cabe.

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