Pelo menos o índice de inflação dos últimos 12 meses deverá ser aplicado no reajuste dos medicamentos, que entrará em vigor no próximo dia 1º de abril em todo o Brasil. "É um reajuste nacional, o índice deve ser anunciado nessa primeira quinzena e os novos valores passam a valer no começo de abril", confirma o presidente do Sindicato do Comércio de Produtos Farmacêuticos de Criciúma e Região (Sincofarma), Nei Constante.
Os valores são definidos por uma comissão associada ao Ministério da Saúde. "Geralmente o mesmo índice é aplicado a todos os medicamentos. Houve épocas em que se aplicou um índice para genéricos e outros para demais medicamentos, mas não deve se repetir agora", observa. "O INPC é repassado, às vezes colocam um pouco mais, depende da variação do custo do medicamento no laboratório. Se tem variação acima da inflação, fica mais significativa para a farmácia, que acaba absorvendo esse custo, que para o consumidor", projeta o presidente.
Todas as farmácias são obrigadas a exibir, em seus balcões, um caderno com o Preço Máximo ao Consumidor (PMC). "O detalhe é que nenhuma farmácia cobra os valores do PMC, sempre cobra menos, mas a tributação pelo governo é feita sobre o valor do PMC, ou seja, mais alto que o valor da venda", observa Constante. "Por isso estamos com um projeto que visa revisar isso em nível estadual. Hoje, o nosso ICMS é de 17%, enquanto em outros estados é de 12%", salienta. "Acontece é que a farmácia arca com o reajuste, o laboratório define o valor, a distribuidora aplica, a farmácia absorve esse custo", explica.
Algumas farmácias de Criciúma e região já estão expondo alertas, como o da foto acima, chamando a atenção para o reajuste que vai ocorrer em menos de um mês. No ano passado o aumento foi de 4,33%, acima dos 3,75% de INPC.