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Mercadante precisa focar na parte de competitividade de empresas, avalia economista

O ex-ministro deve presidir o BNDES a partir de 2023

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 14/12/2022 - 18:19 Atualizado em 14/12/2022 - 18:21
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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O nome do ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), foi anunciado nesta terça-feira (13) pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o BNDES. A possibilidade está sendo acusada de não ser legal, podendo ser barrada pela legislação atual, que dificultam a nomeação de políticos para a presidência e diretorias de empresas públicas.

Foi após a sessão na Câmara dos Deputados nesta terça, que os comentários sobre Mercadante vieram a tona. O projeto de lei que modifica a Lei das Estatais e flexibiliza restrições a nomeação de políticos foi aprovado. O coordenador do curso de Economia da Unesc, doutor Thiago Fabris avaliou a alternativa.

“O BNDES é uma agência de fomento de extrema importância, por isso, ele deve focar na parte de competitividade de empresas que sejam realmente eficientes e não na geração de grandes oligopólios e monopólios como também foi feito em um passado recente”, salientou o economista. “Então, o direcionamento desse recurso, desde que ele seja alocado de forma eficiente, seria benéfica, principalmente para médias e pequenas empresas”, acrescentou.

Para ele, a facilidade de crédito para empresas ou, até mesmo, para outros países deve aumentar. O problema seria a capacidade de crescimento – mais crédito e liberação de recursos – que, apesar de parecer bom a curto prazo, pode reverter, de forma negativa, para a sociedade através de um aumento no nível de preço.

O que esperar do governo Lula?

Como investidor, Thiago possui uma certa incerteza em relação ao governo Lula em 2023. No mercado, as ações caíram com a vitória do petista. “Os investidores têm uma boa memória do que aconteceu recentemente com as estatais brasileiras. Foi criada uma série de regras para que esse tipo de atividade não voltasse a ocorrer, desde quem vai fazer a governança dessas estatais ou eventuais manipulações de preços do mercado internacional”, relembrou.

O coordenador do curso de Economia da Unesc explicou que, do ponto de vista técnico, isso leva a uma perda que acaba refletindo no mercado financeiro como um todo. “Na medida que ele vai caminhando por indicações políticas que não são tão técnicas do ponto de vista de gerar valor, isso vai refletir, também, no valor de mercado dessas ações”, frisou. “A gente toma cuidado com essas indicações pelo que já ocorreu em um passado recente”, concluiu.

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