Com o depoimento de Sergio Moro divulgado, o mercado financeiro reagiu melhor do que o esperado. A expectativa era por alguma "bomba" lançada no depoimento do ex-ministro. A Ibovespa operou durante toda a terça-feira, 5, em alta, acima dos 80 mil pontos, mas fechou com leve alta de 0,75%.
Já o dólar teve o terceiro dia seguido de valorização, com mais 1,30% chegou a R$ 5,59. "Fazendo uma leitura maior, o próprio Moro não acusou o Bolsonaro de ter cometido crime algum. Isso é função de quem está investigando, então não chocou tanto", comentou o economista Lucas Rocco.
De acordo com o economista, o mercado vem operando com bom humor. "Estão operando em função do que acontece na Europa e na Ásia, tem gerado um certo otimismo. A China já está operando em 80% do normal, a expectativa é que em junho normalize a volta por lá", projetou. Em contrapartida, o cenário no país não é favorável. "Com este cenário, de crise entre o Executivo e o Legislativo, as reformas econômicas ficaram mais difíceis de acontecer. A economia no Brasil pode encolher 4% este ano, com o risco de queda ainda maior", afirmou Rocco.
Petróleo
Os preços internacionais do petróleo, que despencaram nas últimas semanas, continuaram a se recuperar. O barril do tipo Brent, que serve de referencial para o mercado internacional e para a Petrobras, está sendo vendido a US$ 25 o barril.
A alta nas cotações do petróleo refletiu-se nas ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) valorizaram-se 3,43% nesta terça. Os papéis preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) tiveram ganho de 3,22%.
A guerra de preços de petróleo começou há dois meses, quando Arábia Saudita e Rússia aumentaram a produção, mesmo com os preços em queda. Segundo a Petrobras, a extração do petróleo só é viável no longo prazo para cotações a partir de US$ 45. No curto prazo, a companhia pode extrair petróleo a US$ 19, no limite dos custos da empresa.