O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, garantiu a continuidade das obras da BR-285, no Sul de Santa Catarina, durante reunião semipresencial, com a participação da Bancada Federal Catarinense, do governador Carlos Moisés e de lideranças empresariais, nesta quarta-feira, dia 19. As obras corriam o risco de serem paralisadas por falta de orçamento, mas ele disse que elas vão prosseguir e que ainda hoje fará contato com a empreiteira responsável. No encontro, o presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, apresentou as contribuições catarinenses ao Plano Nacional de Logística (PNL 2035), que estava em consulta pública. O ministro se comprometeu em criar um modelo específico para avaliar as demandas catarinenses na área, medida que atende a uma reivindicação antiga da Fiesc.
As propostas apresentadas têm o apoio do Conselho das Federações Empresariais de SC (COFEM). "Foi uma reunião muito importante em que nós apresentamos nossa posição com relação ao PNL. Somos um estado diferenciado, então temos questões peculiares. Temos sempre defendido que Santa Catarina precisa ter um banco de projetos para atração de investimentos privados, sejam nacionais ou internacionais. Não há recursos governamentais suficientes para atender a demanda necessária. Então é fundamental esse banco de projetos para que o estado possa se estruturar e se desenvolver cada vez mais ”, afirmou Aguiar.
Ele também destacou a manifestação dos parlamentares com relação aos investimentos que Santa Catarina tem defendido. “Isso sensibilizou o ministro que se comprometeu a concluir a BR-285, uma rodovia importante. Ele também pediu o apoio da bancada para trazer verbas para que o ministério possa ampliar os investimentos no estado, especialmente em rodovias. O ministro conhece bem as demandas catarinenses, mas o orçamento do ministério é de R$ 5,7 bilhões para todo o país, o que é insuficiente”, completou Aguiar.
O ministro, por sua vez, disse que o PNL é um plano estratégico que vai ter desdobramentos em planos setoriais. “Estamos recepcionando as demandas do estado e pedindo para fazer um modelo específico para Santa Catarina”, afirmou. Diante da falta de recursos para executar as obras que o país precisa, ele pediu apoio da bancada catarinense para a recomposição do orçamento. Há dois projetos de lei orçamentária (PLN 4 e 5), que tramitam no Congresso e vão permitir a suplementação de recursos. Com isso, podem ser devolvidas verbas cortadas da infraestrutura. Essa negociação está sendo conduzida pelo líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes.
Ele também fez um apelo aos senadores catarinenses para que ajudem a aprovar o projeto de autorização de ferrovias (PLS 261), que tramita no Senado. “Precisamos ter ferrovias autorizadas. Existem investidores privados que estão interessados. Esse projeto de lei é fundamental. Isso vai destravar R$ 30 bilhões de investimentos ferroviários que temos na pauta e é imediato”, explicou.
Ainda em relação a obras em Santa Catarina, Tarcísio informou que está em discussão a renovação ferroviária da malha sul e isso vai atender a uma demanda catarinense. O ministério está projetando a repotencialização do ramal de Cruz Alta e Uruguaiana e a ligação com o Porto de Rio Grande e a recuperação de todo o tronco sul, atravessando Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná até chegar no terminal de Sumaré, em São Paulo, com ramal ferroviário para o Porto de São Francisco. “Isso vai estar no plano de negócios da Rumo e será imposição de investimento como contrapartida para a prorrogação do contrato. Então, vamos atravessar Santa Catarina e ter um ramal ferroviário para o Porto e ligar o estado ao restante da malha, em especial a São Paulo, por meio de ferrovia”, afirmou.
A coordenadora do Fórum Parlamentar, a deputada Angela Amin, informou que ela e o senador Esperidião Amin conversaram com o senador Eduardo Gomes e solicitaram que as demandas catarinenses, principalmente na área de infraestrutura, fossem levadas a uma reunião que ocorre nesta quarta-feira e vai analisar os vetos ao orçamento. “Ele se dispôs a defender essas demandas e tenho certeza que em breve teremos alguma orientação por parte do líder do governo”, disse.