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Morre jovem que levou tiro na cabeça em ação policial

Thamily Ereno, 23 anos, não era investigada, mas foi atingida na sexta-feira (20), dentro de um carro de aplicativo

Por Bianca Mesquita 23/03/2025 - 11:55 Atualizado em 24/03/2025 - 07:43

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Na madrugada deste domingo (23), foi confirmada a morte de Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, que estava internada em estado grave no Hospital São José, em Criciúma. Thamily foi atingida por um tiro na cabeça durante uma abordagem policial ocorrida no bairro São Sebastião, na última sexta-feira (21).

Estudante de Odontologia na Unesc e torcedora da Barra Os Tigres, Thamily foi identificada logo após o ocorrido. Segundo informações oficiais do hospital, ela apresentava quadro de morte encefálica desde a noite de sexta-feira (21), mas permanecia respirando com auxílio de aparelhos até o registro oficial de óbito às 02h37 deste sábado.

Após o incidente, o motorista permanece detido no presídio local. O suspeito que era alvo do mandado de prisão também foi detido e encaminhado às autoridades.

A defesa do motorista se manifestou em Nota Oficial: 

O motorista realizava uma viagem de um casal, um homem e uma mulher. Ao chegar ao destino, foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro. Diante da aparente tentativa de assalto, ele deu ré, mas, impedido por um veículo atrás, tentou desviar e, nesse momento foi atingido por uma segunda viatura.

A colisão resultou em um disparo de arma de fogo efetuado por uma agente policial, que causou a morte da passageira, uma jovem de 23 anos. Os agentes prenderam o passageiro em cumprimento de mandado de prisão, a passageira foi socorrida pelo SAMU, e o motorista acompanhou os agentes até a delegacia para prestar depoimento. Lá se viu envolvido em uma articulação policial que buscava colocar sobre si a responsabilidade de uma infundada tentativa de homicídio contra os agentes policiais, sendo que, no momento da suposta tentativa, o mesmo sequer sabia que aquelas pessoas eram ditas pessoas de bem.

Durante a investigação, todos os envolvidos foram ouvidos, exceto a policial que efetuou o disparo fatal contra a jovem. Além disso, outra situação que causou estranheza, foi o fato de uma testemunha que não só presenciou os fatos como registrou em seu celular, ter sido abordada por um agente policial, que o obrigou a entregar seu telefone, sendo devolvido apenas sob a condição de apagar toda e qualquer imagem relacionada a trágica ocorrência.

Porém, talvez essa nota de nada de sirva, porque ao que tudo indica tanto o delegado que responde pela investigação, quanto seu superior, o delegadogeral de Santa Catarina, já sentenciaram o motorista como culpado por uma tentativa de homicídio e desobediência de ordem policial. Diante disso, a defesa espera que o Poder Judiciário possa ser o verdadeiro fiel da balança, para que o motorista tenha a oportunidade de ampla defesa e contraditório, de modo que a investigação policial e o processo penal não sejam meras formalidades, podendo assim ele ter seus direitos fundamentais resguardados.

O Delegado Andre Milanese se manisfetou acerca da decisão que converteu a prisão em flagrante do motorista do Uber em prisão preventiva:

 O motorista do Uber respondia em um outro processo pelo crime de lesão corporal e dano, pois também teria jogado um carro que ele dirigia em cima de outra pessoa, de forma proposital. Com relação a nota da defesa do motorista de Uber, a tal "testemunha " que teve o celular apreendido foi um suposto "repórter " de um site que chegou no local bem depois, quando inclusive a ambulância já tinha levado a mulher baleada.

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