Por falta de cana-de-açúcar para a produção de etanol, a empresa do Rio Grande do Sul Vinema Multioleos Vegetais produzirá o combustível através de matérias-primas como triticale (cruzamento entre trigo e centeio), batata-doce, arroz, centeio e cevada. Além de ração animal e glicose. O estado consome, em média, 1 bilhão de litros de etanol por ano, praticamente todo importado de outras regiões do país.
O engenheiro de produção e sócio-proprietário da Vinema, Vilson Neumann Machado, diz que a pesquisa teve início pelo fato de que o estado não tem condições de cultivar cana-de-açúcar em larga escala, por conta dos invernos rigorosos. “Para a cachaça nós temos cana, mas pra produzir etanol em grande escala, nós não temos”, explicou.
A perspectiva é de que o projeto já esteja rodando entre 2025 e 2026. “A Vinema vai produzir, neste primeiro momento, entre 20 e 40% do etanol demandado no RS. Na primeira fase, em torno de 200 milhões de litros e, na segunda, 400 milhões de litros por ano”, destacou o engenheiro.
O estado tem disponível, hoje, 4 milhões de hectares sobrando no inverno em que as matérias-primas poderão ser plantadas e mais 1,5 milhão no verão. Por conta da baixa produção do combustível na região, Neumann avaliou o mercado de forma positiva. “Temos um grande mercado para a produção de etanol e um mercado maior futuro para hidrogênio verde”, comentou. Além de etanol, o projeto vai produzir hidrogênio verde e energia.
A Vinema Multioleos Vegetais é proprietária e vai implantar, produzir e operar o projeto, junto com um parceiro internacional. Os estudos para esse projeto iniciaram ainda em 2009, sendo esse o 1º projeto desta natureza no Brasil e tem previsão de ser lançado até o fim de junho. Atualmente, a empresa está instalada em Camacuã (Grande Porto Alegre), e a iniciativa será implantada no município de Guaíba.