Aquela voz macia fez o início de cada dia dos ouvintes da Rádio Som Maior nos últimos 16 meses. E aquelas palavras estavam no cotidiano dos leitores de A Tribuna. O falecimento, ontem, aos 43 anos, do padre Júlio Zamparetti abrevia a rica trajetória de um religioso que nunca esqueceu de recomendar fé.
“As pessoas sempre têm fé. As pessoas se levantam e vão para o trabalho pois têm fé que vão chegar no trabalho”, lembrou, em entrevista à Som Maior em 23 de abril, quando comemorava o primeiro aniversário de seu quadro, “Bom Dia”.
Bacharel e mestre em Teologia pelo Seminário Nacional de Teologia de Minas Gerais, formado pelo Centro Latino Americano de Parapsicologia, o reverendo era pároco da Comunidade Anglicana de Tubarão, capelão da Faculdade de Capivari e diretor da Casa de Acolhida de Tubarão. Foi ordenado padre em janeiro de 2011 e fazia parte da Diocese Anglicana no Brasil.
Zamparetti foi vítima de um ataque cardíaco fulminante. “Ele estava em casa e, no começo da tarde, sentiu uma dor no peito e resolveu ir ao hospital. No caminho ele se sentiu melhor e voltou”, lembrou Joyce de Oliveira Nunes, nora do religioso. “No fim da tarde, ele se sentiu novamente mal e foi para o hospital, mas, quando chegou lá e estava sendo atendido, teve o ataque e foi fulminante”, detalhou.
A família está em choque, já que Zamparetti não acusava qualquer problema cardíaco. “Ele era muito carinhoso com todos. Pai amado, esposo amado, sogro amado. Estamos muito tristes”, lamentou Joyce.
Ele queria chegar longe
No domingo, reunido com a família, padre Júlio falou sobre planos de longevidade. “Estávamos todos na festa de 98 anos do padrasto dele e ele ainda comentou que também pretendia chegar aos 98”, recordou a nora.
Natural de Tubarão, o reverendo era casado havia 26 anos com Edmére Cardozo Fernandes e deixou dois filhos, de 24 e 16 anos.
Ouça e recorde, no podcast abaixo, a participação do padre Zamparetti no Programa do Avesso de 3 de agosto de 2016.
Abaixo, a última mensagem assinada por padre Júlio Zamparetti para o jornal A Tribuna, publicada na edição desta terça-feira:
O mundo dá voltas
Ah! Se há uma coisa que a vida ensina e recita com todas as letras é que o mundo dá voltas, e quem hoje é o primeiro, amanhã poderá ser o último! Por isso, cada um de nós deve ver bem como conduz sua caminhada, como constrói seus relacionamentos, como age com seus semelhantes e como trata seus empregados, liderados, ou subordinados. Então, não humilhe o mais fraco, não abandone os mais velhos, não despreze os desamparados, não explore os pobres, não se aproveite da desgraça alheia; seja honesto, justo, devolva o troco que lhe foi dado a mais, não fique com o que não é seu, ajude o necessitado, não venda seu voto. Há maneiras de se ter mais dinheiro, mas não há outra forma de ser feliz!
Ótima terça-feira, fiquem com Deus e não percam a fé.