Está caro fazer compras, certo? "Vai no supermercado hoje, é um absurdo. Você nunca sabe se o dinheiro que tem é suficiente para comprar o que precisa", testemunha a consumidora Lisiane Amboni. "Você chegava com R$ 100 e saía com cinco, seis bolsas. Hoje, com R$ 100, sai com duas bolsas, dependendo do que comprar. Todo dia tem aumento", queixa-se. "Sem contar o aumento da gasolina, não dá mais para andar de carro", emenda.
A queixa de Lisiane e de tantos outros pautou o Agora desta sexta-feira, 4, na Rádio Som Maior. No debate, consumidores, supermercadistas e especialistas discutiram as razões dos reajustes de preços nos mais diversos segmentos. "Óleo de soja, leite, feijão, arroz, tudo isso preocupa. Agora vem um aumento da carne bovina também", confirmou o vice-presidente Regional Sul da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Nazareno Dornelles Alves. "Nós não aumentamos preços, nós repassamos, para manter a sobrevivência das empresas", observou. Ele enumerou reajustes, apontando saltos de até 45% no preço do arroz, de 10% no leite e 7% na carne, entre outros.
O Procon Criciúma anunciou a abertura de uma investigação sobre a variação de preços em gêneros alimentícios. "Estamos apurando, mas de pronto constatamos que é um fenômeno nacional, que se reproduz aqui também", ponderou o coordenador do Procon Criciúma, advogado Chalton Schneider. O peso da carga tributária nos preços foi lembrado. "São muitos impostos, alguns de difícil interpretação. Quando o consumidor pega a notinha no supermercado, tem ali um valor pago em impostos, mas ele é um valor aproximado, pois é difícil o cálculo preciso", argumentou o professor Moisés Cardoso, presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB Criciúma.
O supermercadista Clementino Bolan reiterou alguns fatores que vêm pesando. "As exporações, a cotação do dólar, a pandemia, somos muito pressionados mas garanto, não somos os culpados", salientou.
Ouça a íntegra do debate sobre preços e direitos do consumidor no podcast: