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No futuro seremos história

Restauração e conservação são fundamentais para manter a memória de um povo

Por Erik Behenck Criciúma, 10/09/2018 - 11:09

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O incêndio que atingiu o Museu Nacional no último domingo, dia 2, levantou diversos debates a respeito da preservação da cultura. Será que estamos fazendo isso da forma correta? Para a restauradora Selma Dassi é preciso resgatar memórias, mantê-las e preservá-las. Ela trabalha com livros, fotografias e materiais do tipo, que podem representar sentimentos e contar a história. Recomenda que papeis velhos não sejam jogados fora, e sim guardados, principalmente se forem documentos.

“Em primeiro lugar precisamos ter a educação patrimonial. Temos hoje a cultura do descarte, papel velho a gente joga fora. A educação patrimonial deve ser trabalhada já nas séries iniciais. É preciso ter a mentalidade de que a certidão de nascimento é o primeiro registro, antes vinha com o formato do nariz, tom de pele, cor dos olhos e outras características. Os pais também devem guardar os primeiros rabiscos dos filhos e cadernos, não se sabe o que essa criança vai se tornar no futuro”, afirmou.

O cupim é um dos grandes vilões da história, mas nada supera o estrago causado pelo homem. A região conta com quatro museus, sendo em Criciúma, Forquilhinha, Nova Veneza e Orleans. Para o historiador Nilson Dassi, casado com Selma, “nossos registros podem ser contados também pelas câmaras de vereadores, prefeituras e igrejas. Em poucos lugares existe um bom arquivo, um exemplo disso é em Urussanga, onde a preservação é bem grande”, contou.

Seremos história
Para Selma, as pessoas não se dão conta de que ficarão para a história e que por isso devem preservar seus documentos e fotografias. “Eu vejo a morte dos museus porque não se produz muitas coisas”, afirmou. Segundo ela, as pessoas dão importância para o Museu Nacional mas acabam esquecendo a sua história.

Preservar é fundamental
Selma acredita que existe muita perda de documentos por falta de orientação. Os papeis podem ser destruídos pela claridade, seja ela natural ou artificial, por isso é importante que sejam guardados em locais seguros, de preferência dentro de pastas. “A ação do tempo faz eles ficarem mais frágeis”, destacou. Quanto mais antigo for o material, mas difícil será a sua restauração.

Durante o processo de restauração, no lugar das páginas que faltam são colocadas folhas em branco, que são escurecidas para ficarem parecidas com as originais. Tudo é feito a partir de técnicas manuais, sem a utilização de programas de computadores, como o photoshop. Hoje em dia existem poucos profissionais da área de restauração entre Florianópolis e Porto Alegre.

“Temos que avaliar o documento, ver qual o papel vai utilizar. Em alguns casos passa por um processo de banho, sendo imerso em produtos químicos. Isso precisa ser feito por profissionais para não danificar ainda mais o material”, explicou a restauradora. Entre seus trabalhos realizados um chama atenção, a restauração do livro caixa da Carbonífera Metropolitana, de 4 de janeiro de 1891, com dados sobre os imigrantes italianos que foram trazidos para a região.
 

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