A quinta-feira começou com barulho em diversas obras de Criciúma e região já que nessa quarta-feira, 1º, o governador Carlos Moisés da Silva flexibilizou o decreto de quarentena devido ao coronavírus (Covid-19) e autorizou o retorno das atividades da construção civil em todo o território catarinense.
Agora a preocupação se volta à segurança dos trabalhadores e no cumprimento das regras por parte das empresas. “Agora vamos observar porque na portaria tem muitas regras. Não pode tomar água de torneira, tem que ser lacrada. O número de pessoas e tem que ser respeitada a distância um do outro. Tem uma série de questões. Agora é observar para ver. O governo fiscalizar e a gente também fiscalizar para ver se a portaria está sendo cumprida”, comenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerâmicas, Itaci de Sá ao programa Agora, da rádio Som Maior.
Ele fala que, tradicionalmente, na construção civil, os trabalhadores não formam aglomerações, mas que mesmo assim é fundamental manter os cuidados para evitar se infectar com o coronavírus. Tem que ter muito cuidado, porque, embora trabalham poucas pessoas, tem que ter todo o cuidado. Penso que o Governo certamente analisou tecnicamente e cientificamente e liberou porque tem segurança. É importante que as próprias empresas mantenham este regramento para não ter problema”, enfatiza.
Itaci lembra que os escritórios das construtoras também trabalham com pessoal reduzido, com muitos atuando em home office. “O pessoal está trabalhando de casa. Na produção, temos uma empresa trabalhando com 70% e três que pararam 100%. Estão cumprindo a regra e nós estamos acompanhando. O setor cerâmico também afastou aqueles que são do grupo de risco. Recebi reclamação que uma empresa estava trabalhando reduzida e hoje voltou com mais pessoas. Vamos conversar para ver se consegue afastar novamente 50%.
O presidente do sindicato revela que o setor cerâmico registrou um caso de coronavírus em Criciúma. “O chefe de um trabalhador esteve na Expo Revestir, em São Paulo e no retorno teve um breve contato com ele. Foi para a UTI. As informações são de que ele melhorou”, ressalta.
Condições para licença remunerada
No dia 24 de março, o sindicato definiu por incluir um termo aditivo Convenção Coletiva de Trabalho, no qual fica estabelecida a licença remunerada, possibilitando que as empresas concedam, de 19 de março a 30 de abril quantos dias forem necessários de licença para compensar em férias devido ao decreto do Governo do Estado e ao coronavírus.
Profissionais da saúde em negociação salarial
Categoria à frente no combate ao coronavírus, os profissionais da saúde estão em meio à uma negociação salarial. Nesta quinta-feira, 2, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindisaúde), Cléber Cândido, se manifestou sobre a proposta de repor os 4,74% da inflação indicada pelos patrões. “A preocupação de seu patrão não é com você, mas com o impacto da economia. Eles não repeitam os seus funcionários nem neste momento que as suas atividades são de insubstituível importância no combate ao coronavírus. Sabe o que ofereceram? Zero de aumento salarial e de vale-alimentação. De forma cruel querem repor somente as percas salariais, ou seja, 4,74% da inflação e o pior usam a pandemia para não dar aumento. Para nós do Sindisaúde agora sim é que estes trabalhadores devem ser bem mais valorizados. Seu trabalho é frente a uma população doente, com a exposição direta no atendimento, vale bem mais que a inflação, ou melhor, não tem preço. São profissionais dedicados que amam o seu trabalho e devem receber salários justos. O Sindisaúde diz não para esta proposta”, comenta.
Cândido destacou que o sindicato não abre mão das reivindicações que são de 11% de aumento salarial e R$ 200 no vale-alimentação. “Muitas vidas dependem de nós e o nosso trabalho vale mais”, finaliza.