A pandemia de coronavírus faz vítimas. Os casos se multiplicam, o alerta se redobra, a discussão sobre isolamento social ganha os noticiários e, enquanto isso, o futebol segue parado. E sem perspectivas de retorno. Já houve especulações de que o Campeonato Catarinense poderia ser retomado em breve, sem público nos estádios. Ou que poderia ser declarado por encerrado, com o Avaí campeão e o Tubarão rebaixado.
"Tem que resolver primeiro a pandemia, o pagamento dos atletas, garantir a saúde deles também, dos seus familiares. Já se cogitou encerrar, eu acredito que transfira para o ano que vem, conforme o tempo que demorar essa pandemia. Realmente acho difícil ter datas, vem o Brasileiro que já tem cota fechada, a preferência é priorizar os campeonatos nacionais no meu entendimento", disse, em recente entrevista à Rádio Som Maior, o presidente do Criciúma, Jaime Dal Farra.
A última rodada do Estadual foi justamente a que fechou a primeira fase da competição, no dia 15 de março. Na ocasião, o Criciúma venceu o Joinville por 1 a 0, fora de casa, e a etapa terminou com a seguinte classificação:
1 - Avaí, 17 pontos
2 - Brusque, 17
3 - Figueirense, 15
4 - Marcílio Dias, 15
5 - Criciúma, 13
6 - Juventus, 11
7 - Joinville, 10
8 - Chapecoense, 10
9 - Concórdia, 7
10 - Tubarão, 6
Daí, ficou definido que o mata-mata das quartas-de-final teria jogos de ida e volta entre Avaí x Chapecoense, Marcílio Dias x Criciúma, Brusque x Joinville e Figueirense x Juventus. Concórdia x Tubarão se encaram no mata-mata que definirá o rebaixado. "A gente está priorizando a situação dos atletas. A gente acredita em uma retomada, com pré-temporada e tudo mais. Vai depender de calendário Fifa, Conmebol, CBF e depois ver as datas que sobrarem. Se vai prorrogar ou não, não sei, não tem nada claro", acentuou o presidente do Tigre. "O foco principal é acabar com essa pandemia e essa situação de risco", acrescentou.
A Federação Catarinense de Futebol (FCF) segue em silêncio sobre o futuro do Estadual. "Os nossos atletas, liberamos todos, os 180 meninos dos 10 anos até o sub-20, tinha 60 alojados, quase 200 crianças na escolinha, liberadas imediatamente, os atletas também por tempo indeterminado", comentou Dal Farra. "O que está em discussão entre os clubes e o Sindicato dos Atletas é como vai funcionar a questão financeira. O pessoal não está trabalhando. Quem sabe salários reduzidos, há uma proposta para passar esse período. As receitas cessaram, fica difícil a gente honrar, a situação é complicada do futebol no Brasil, e agora nesse momento fica mais difícil ainda", destacou.
Salários em dia
Mesmo sem garantias de continuidade do Catarinense - os Estaduais teriam que terminar em 26 de abril -, e com o Campeonato Brasileiro há menos de um mês de começar pelo calendário - a primeira rodada da Série C seria em 3 de maio -, o Criciúma, como os demais, encontra-se em férias coletivas. "É algo inédito no futebol e no Mundo", reforçou Dal Farra.
Enquanto isso, o Criciúma trata de manter as contas em dia. Os salários dos atletas foram pagos nesta terça-feira, 7. "Só a folha dos atletas já gira em torno de R$ 300 mil a R$ 350 mil, tem toda a estrutura administrativa, comissão técnica, categorias de base e todos os custos de energia, impostos do clube", lembrou o vice-presidente de Finanças do clube, Valcir Montovani. "Sobre o pagamento da folha, mantendo a tradição da GA, junto com o presidente Jaime Dal Farra, o dia de pagamento era ontem, ontem a folha foi paga na totalidade. O Criciúma continua com suas contas em dia, tanto folha quanto pagamentos a fornecedores", acrescentou.
O clube, como os demais 19 da Série C, recebeu uma ajuda financeira de R$ 200 mil encaminhada pela CBF. Para os da Série D, foram pagos R$ 120 mil. "Para o Criciúma, essa ajuda nesse momento de dificuldade que o mundo todo está enfrentando, toda ajuda é bem vinda. A ajuda é bem vinda, claro que aquém da necessidade do clube, mas o movimento junto à CBF por todos os clubes da Série C deve continuar com a mesma união. É um primeiro sinal, é positivo, mas aquém das necessidades dos clubes da Série C", completou o dirigente.
Relembre, abaixo, a entrevista do presidente Jaime Dal Farra ao Criciúma: