Depois do tormento de ser agredida por seu próprio companheiro e da necessidade de tomar coragem para denunciá-lo, chega o momento de conversar, ouvir o desabafo de outras mulheres e esclarecer dúvidas. Na tarde dessa sexta-feira, esse cenário se tornou realidade em um encontro realizado no 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Criciúma, com as vítimas de violência doméstica que hoje são atendidas pela Rede Catarina de Proteção à Mulher.
Maria* é um dos exemplos de superação. Por um tempo, suportou as agressões do marido calada, sem contar para ninguém. Até que, em determinada madrugada, decidiu fugir de casa e procurar abrigo na residência de seus pais. O companheiro foi atrás e acabou preso por violência doméstica.
Hoje, ela continua vivendo na segurança da casa dos pais, com seu filho, e há aproximadamente sete meses recebe as visitas da Patrulha Maria da Penha. “É bom receber as policiais, um alívio. Elas passam praticamente uma vez por semana, o que contribui muito para que eu me sinta mais segura”, destaca.
Em um ano de funcionamento em Criciúma, a Rede Catarina de Proteção à Mulher já acolheu 107 vítimas, das quais 33 ainda recebem o atendimento. De forma geral, foram 899 visitas realizadas às residências dessas mulheres.
“Se ainda não conseguimos ter a prevenção, que tenhamos o acalanto. Estamos nessa caminhada, aprendendo com todos para tentar buscar melhorias. E contamos com essas mulheres para nos ajudarem cada vez mais a buscar uma solução para o problema de violência doméstica. Os números de denúncias aumentaram, porque o silêncio parou”, destaca o comandante da 6ª Região de Polícia Militar (RPM), coronel Cosme Manique Barreto.