O presidente Cleicio Poleto Martins confirmou que o núcleo Sul da Celesc será sediado em Criciúma e que Tubarão ficará com a unidade na nova estruturação administrativa da empresa. A informação foi repassada, em reunião na manhã de sexta-feira, na cidade da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel).
O pedido do encontro partiu de lideranças de Tubarão depois que a decisão por Criciúma foi anunciada na última terça-feira. O presidente da Celesc garantiu que a unidade de Tubarão terá autonomia e que não será submetida ao núcleo de Criciúma e, sim, diretamente à sede em Florianópolis.
Com o presidente não dando entrevistas, o posicionamento da Celesc, após encontro em Tubarão, foi a seguinte: “a reunião foi positiva. Tubarão terá autonomia, assim como todas as unidades. O novo gestor foi apresentado como interlocutor com a central: Helton Perroni”.
Para o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), o imbróglio envolvendo a regional Sul da Celesc teve um fim com os esclarecimentos de sexta-feira. “O presidente assumiu compromisso de que a unidade de Tubarão terá autonomia plena e esse assunto está encerrado”, ratificou Ponticelli, acrescentando que cada região precisa ter autonomia para resolver os seus problemas por conhecerem as questões mais de perto.
Decisão por Criciúma foi confirmada na terça
Na última segunda-feira, a Celesc oficializou, em reunião de diretoria, sua nova estrutura administrativa. Dividiu as 16 regionais em oito núcleos e oito unidades. Sendo que Criciúma foi a única cidade polo que ficaria como unidade e o núcleo teria sede em Tubarão.
Uma mobilização de lideranças políticas, empresariais e cooperativas das regiões de Criciúma e Araranguá, que já havia iniciado uma semana antes, se intensificou e, após muita pressão, foi recebida em Florianópolis, na terça-feira. Na oportunidade o presidente da Celesc tentou dar as mesmas explicações repassadas agora para Tubarão de que cada unidade teria autonomia, mas não convenceu. A reunião foi tensa e após que todas as lideranças deixaram a sede da Celesc, ele anunciou a reversão para os deputados estaduais Ada De Luca (MDB), Luiz Fernando Vampiro (MDB), Jessé Lopes (PSL) e Rodrigo Minotto (PDT).
A diretoria da Celesc até tentou convencer as lideranças das regiões de Criciúma e Araranguá que a sede em Tubarão seria provisória e que foi obrigada a tomar a decisão devido a problemas na sede na maior cidade do Sul. Acontece que em 2012 se definiu pela venda do prédio, localizado na Rua Lauro Müller, já que havia sido pego um outro imóvel de uma empresa como pagamento de dívida. Com problemas judiciais, não foi possível ocupar o novo local e a solução encontrada foi alugar o prédio que acabava de ser vendido.
O aluguel de praticamente R$ 40 mil/mês, acima do valor de mercado, chamou atenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que encaminhou notificação para a Celesc em novembro. A diretoria entendeu que não poderia promover a núcleo uma regional que estava sob investigação administrativa.
A diretora de Gestão Corporativa da Celesc, Claudine Anchite, explica que de 2012 até o momento já foi pago 70% da venda do prédio em aluguel. Também está sob sua responsabilidade, a procura de um novo local e que deve ser na Avenida Centenário, na região da Próspera, porém, a negociação ainda não está fechada.
Para a Celesc, núcleos e unidades tem o mesmo patamar
Para a Celesc a diferença entre os oito núcleos e as oito unidades é apenas administrativa. “Não há perda de autonomia para as unidades. É uma questão administrativa, onde o núcleo enxerga o todo, enxerga uma macrorregião e ele tem condições de expandir melhores práticas, a gente claramente tem isso dentro do estado onde alguns municípios vizinhos adotam práticas diferentes de gestão e a gente tem um desempenho melhor. Então, a condição de criar o núcleo é para expandir melhores práticas, uniformizar procedimentos, aproximar também a diretoria dos núcleos. É uma questão mais administrativa”, garantiu o diretor de Geração, Transmissão e Novos Negócios Pablo Cupani Carena.
O diretor ainda reforçou que não haverá perda de serviços nas unidades. “Será como é hoje tanto para despacho de equipes de emergência, de equipes comerciais. A sociedade tem um canal para ir lá e ser atendido. Nada muda”, cita.
Já sobre os investimentos, a Celesc reforça que eles são tomados pela administração central e precisam ser aprovados em conselho e também pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).