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Números mostram o verão ajudando a reforçar a economia

Santa Catarina tem a expectativa de fechar a temporada com 5 milhões de visitantes

Por Redação Florianópolis, SC, 21/01/2020 - 16:52 Atualizado em 21/01/2020 - 16:55
Foto: Maurício Vieira / Secom
Foto: Maurício Vieira / Secom

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Todos os anos empresários e poder público desenvolvem um conjunto de estratégias para a temporada de verão que, não por acaso, é a mais quente das estações no sentido literal e figurativo. Coincide com o recesso escolar, festividades natalinas, ano novo e Carnaval, configurando-se como um período voltado ao lazer, à diversão e ao merecido descanso. Muita gente quer usar o tempo livre para conhecer novos destinos ou fazer aquela tradicional viagem de férias ao Litoral. Em Santa Catarina, são esperados em torno de 5 milhões de visitantes na temporada 2019/20.

Por isso, Diretoria de Estudos e Inovação da Agência de Desenvolvimento do Turismo em Santa Catarina (Santur) fez um levantamento de informações de diferentes setores para compreender a importância da temporada de verão no Estado. “O levantamento de números ajuda a reconhecer o turismo como uma atividade complexa que envolve diversos setores que são impactados direta e indiretamente. Além disso, mostra que a preparação para uma temporada alta começa muito antes do início do verão, podemos dizer que é um trabalho contínuo que acontece nos bastidores”, avalia a presidente da Santur, Flavia Didomenico.

Ocupação da rede hoteleira e crescimento no fluxo de veículos

Entre outros aspectos, o movimento da temporada ajuda a elevar as taxas médias de ocupação da rede hoteleira de Santa Catarina. A expectativa dos empresários do ramo é fechar janeiro com uma média de ocupação de 87% no litoral, 92% nas estâncias termais e 90% na Serra. Os destaques são as regiões turísticas Encantos do Sul e Grande Florianópolis, que esperam chegar a 97% e 90,5% de utilização dos leitos nesse período, respectivamente.

O aumento da demanda de deslocamento nesse período fomenta a oferta de voos. Entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, Santa Catarina receberá 527 voos extras somando os aeroportos de Florianópolis, Navegantes e Jaguaruna. Juntos, representam 80,7 mil assentos disponibilizados nos dois meses mais agitados do verão. Com esse contingente de pessoas daria para lotar quatro vezes a Arena Condá, estádio de futebol de Chapecó.

Foto: Julio Cavalheiro / Secom

E tem quem chegue ao destino por mar. Nesta temporada, Santa Catarina receberá 45 navios de cruzeiro: 25 em Balneário Camboriú, 13 em Itajaí e 7 em Porto Belo. Juntos, de acordo com a Associação Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar Brasil), os transatlânticos transportarão 160 mil passageiros.

O verão também gera impacto direto nos transportes terrestres, que ainda é o meio mais utilizado. No último verão, considerando o período de dezembro de 2018 a março de 2019, o fluxo de veículos em rodovias do estado aumentou 26% em relação ao período fora da temporada, segundo registros da concessionária Autopista Litoral Sul/Arteris. Foram mais de 1,3 milhão de veículos, com uma média de 11,1 mil veículos por dia. O tráfego intenso deve se repetir na temporada 2019/20, tomando por base o movimento no último mês de novembro: foram 280 mil veículos a mais em comparação ao mesmo mês em 2018.

Reforço nos serviços essenciais

Todo esse movimento impacta no cotidiano dos principais destinos turísticos do estado em distintas áreas, que precisam estar preparados para atender o público de maneira satisfatória. Para se ter uma ideia, na temporada 2018/19 a média de consumo extra de energia elétrica e de água durante o verão em sete cidades da costa catarinense (Balneário Barra do Sul, Balneário Piçarras, Barra Velha, Florianópolis, Garopaba, Laguna e Porto Belo) foi cerca de 35% e 37% maior em comparação ao período fora de temporada. Em outras palavras, esses percentuais correspondem a 179 mil megawatts (MWh), quantidade aproximada do consumo de energia registrado do município Fraiburgo em 2018 e a 2,39 bilhões de litros da água, quantidade suficiente para encher 119,6 mil caminhões-pipa de 20 mil litros.

Foto: Maurício Vieira / Secom

Para dar conta do consumo, em grande medida decorrente da população flutuante, esses serviços considerados essenciais recebem especial atenção. Pensando na temporada 2019/20, a Casan projetou investimento de R$ 45,6 milhões em melhorias no sistema de abastecimento e saneamento, enquanto a Celesc deve atingir R$ 58 milhões de investimento na manutenção do sistema elétrico, além da contratação de 40 equipes extras para atuar nas regiões de Florianópolis, Joinville, Itajaí, Tubarão e Criciúma. Significa um aumento superior a 50% do contingente dessas áreas em comparação a períodos fora da temporada.

Outro indicador que mostra o impacto do turismo é a geração de material orgânico e de recicláveis. Durante o verão 2018/2019, a quantidade de resíduos gerados em Florianópolis e em Balneário Camboriú foi, em média, 30% maior em comparação aos outros oito meses fora da temporada, conforme dados das empresas responsáveis pela limpeza pública. Este percentual representa aproximadamente 20,6 mil toneladas de resíduos.

Novas empresas e mais empregos

Se por um lado o turismo exige investimentos em melhores infraestruturas e serviços, por outro é essencial para mover a engrenagem da economia no estado. O surgimento de novas empresas, por exemplo, é um dos indicadores que confirma que o setor tem a capacidade de impulsionar diferentes áreas. 

Segundo dados da Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (Jucesc), no ano de 2019 foram abertas 12,4 mil empresas vinculadas ao turismo, um crescimento superior a 62% em relação ao ano de 2018, quando foram criadas 7,6 mil empresas. O setor de alimentação foi responsável por 53,3% das empresas criadas em 2019, seguido pelas empresas de transporte, com 29%, negócios relacionados à cultura (8%), agências de viagem (5%) e meios de hospedagem (5%).

Mais empresas, mais empregos. Dados do Ministério do Trabalho apontam que em 2019 foram gerados mais de 21 mil empregos formais no verão 2017/18 em Santa Catarina, em comparação ao período fora de temporada. Isso representou um incremento de 15% durante os meses de dezembro e março, em relação ao período de abril a novembro. É o calor do verão mantendo aquecida a economia catarinense.

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