O ano de 2020 certamente deixará marcas em diversos segmentos econômicos do Brasil e do mundo pelos próximos anos. Por conta da pandemia do novo coronavírus, muitos setores acabaram sendo diretamente afetados e, alguns destes, passaram por uma rápida recuperação. A indústria cerâmica, por exemplo, viveu um 2020 de altos e baixos.
De acordo com o diretor executivo da Cerâmica Elizabeth, Manfredo Gouvea, 2020 foi um ano surreal, desafiador, e extremamente imprevisível. Os primeiros meses foram bons para o segmento, mas com a chegada da primeira onda de contágios da Covid-19, o setor chegou a paralisar 91% das atividades no Brasil.
“Nós tivemos a necessidade, naquele momento, de parar as atividades como uma forma de proteção, a preocupação primeiro com a vida das pessoas e, depois, com a própria atividade econômica. É neste momento de retomada, durante a crise, que você se vê obrigado a planejar mais e fazer uma leitura mais aguçada do negócio. Foram naqueles maiores momentos de crise que voltamos ao divã, para readaptar ao novo normal, para que o segmento pudesse voltar”, declarou o diretor.
A volta das atividades acontece de maneira atípica: máscaras, limpeza constante dos ambientes e tudo que proporcionasse segurança operacional aos trabalhadores. E toda a retomada das empresas e o remanejamento dos postos de trabalhos passaram, também, por uma atuação política estadual e federal.
“As primeiras medidas foram muito assertivas por parte dos governos, de proteger os empregos das pessoas e estar próximo, oferecendo renda emergencial, para que as empresas tivessem sua capacidade de planejamento de retomada. No segundo semestre tivemos um superaquecimento da economia e o desafio de colocar todas as plantas em atividades e não deixar de abastecer o mercado”, pontuou Manfredo.
Expectativas para 2021
São muitas as expectativas gerais do mercado para o próximo ano. Alguns acreditam em um grande boom da economia, nos mais diversos segmentos. Outros, até mesmo em um recesso econômico nacional. Para Manfredo, as expectativas não são tão extremas - nem de um lado, e nem do outro.
“Sou mais conservador, mas não acredito que venhamos a ter um movimento recessivo. Acho que o Brasil é um país muito forte, com um sistema bancário muito forte e, mantidas as condições atuais, de uma política de juros baixos para a realidade que o Brasil enfrentava, mantidas essas condições de crédito imobiliário, para o nosso segmento, é muito importante para a manutenção da atividade econômica, com um plano razoável de empregos”, ressaltou.