Sou um pai orgulhoso.
Tenho três filhos maravilhosos.
São guerreiros, fortes, inteligentes.
Ao mesmo tempo, queridos, fraternos e amáveis.
Arthur, o primogênito.
Luiza, a primeira filha mulher.
Alice, a caçula.
No fim de semana dedicado aos pais, melhor presente é conviver com eles.
É partilhar minha vida com eles.
Já deram muitas alegrias.
E muitos apuros.
O primeiro foi na beira da praia.
Arthur tinha 3 anos (hoje tem 36).
Estávamos em Balneário Camboriú.
Praia lotada. De ponta a ponta.
Não cabia nem mais um guarda-sol.
Ao redor, ninguém conhecido.
Até que o Arthur sumiu.
Foi só olhar para o lado, dois minutos, e quando voltei atenção para ele, não estava mais. Corri para um lado, para o outro. E nada.
Bateu o desespero!
Onde foi parar esse menino?!
Cada minuto que passava, parecia uma hora. E ele não aparecia.
Roubaram? Foi para o mar?
Tudo passava pela cabeça.
Então, vimos um grupo vindo do outro lado da praia, batendo palmas.
Era o sinal que tinha criança perdida, e eles sabiam onde estava.
Fui correndo. Eles me informaram que uma criança, nas características do Arthur, estava no posto de salva vidas. Lá fui eu em desabalada carreira.
E era ele mesmo.
Depois da emoção do reencontro, uma conversa com o salva vidas. Para agradecer imensamente por identificar que a criança estava perdida, resgatá-la e protegê-la.
E ele estava curioso, queria saber: “O Sr é famoso na sua cidade, né?”
Desconhecido por lá, sempre tinha trabalhado em Criciúma, devolvi:
“Mas por quê? Quem disse isso? De onde o Sr tirou isso?".
Na época, eu trabalhava na RBS TV, participava do Jornal do Almoço, e apresentava o programa de rádio que está no ar até hoje.
O salva-vidas contou que quando resgataram Arthur, a primeira coisa que ele disse foi:
“Eu sou filho do Adelor Lessa”.
O salva vidas devolveu: "Mas quem é o Adelor Lessa?”
Indignado, Arthur reagiu, de cara fechada já:
“O Sr não conhece o Adelor Lessa? O Sr não vê televisão, nem ouve rádio?”.
Para o Arthur, na ingenuidade de uma criança de 3 anos, o programa de rádio que o pai apresentava na sua cidade, e o quadro que fazia na televisão, eram vistos em todo o mundo.
E todo mundo tinha que conhecer o seu pai.