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O menino de Lauro Müller que se tornou ídolo do Criciúma

Eder completou 100 jogos com a camisa tricolor

Por Gabriel Mendes Criciúma, SC, 23/07/2024 - 18:08 Atualizado em 23/07/2024 - 21:07
Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C
Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C

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“Vai o Criciúma com Eder, vai marcar um golaço o menino de Lauro Müller, marcou o golaço, golaço, golaço”, foi desta forma que Edio Antonio narrou o gol do atacante contra o Bahia pela Série B do Campeonato Brasileiro em 2005. Foi a penúltima vez que Eder balançou as redes pelo Criciúma antes de se transferir para o futebol italiano.

O ídolo do Tigre chegou às categorias de base do clube em 2003 e 21 anos depois, no último sábado (20), Eder completou 100 jogos com a camisa tricolor. “Tem um significado muito especial, não é somente o número em si, eu sei o sacrifício e quantos jogos eu tive que fazer nas categorias de base. Todo percurso que um menino tem que fazer para chegar no profissional, então estar comemorando esses 100 jogos é uma emoção única”, disse o jogador.

Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C
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Apesar de ter jogado algumas partidas em 2004, o primeiro gol de Eder pelo Criciúma foi na derrota para o Joinville por 3 a 2 em 2005, pelo Campeonato Catarinense. “Falta do Paulo Cesar e eu fiz o gol de cabeça”, relembrou o jogador.

Após a passagem pelo Criciúma, Eder rodou a Europa em clubes italianos como Empoli, Frosinone, Sampdoria, Internazionale, e até defendeu a Seleção Italiana na Eurocopa de 2016. Depois de uma passagem pela China, o atacante voltou para o Brasil e foi contratado pelo São Paulo. Essa experiência adquirida pelo jogador ao longo de sua carreira é a que ele quer passar aos jovens jogadores do clube.

O retorno ao Criciúma

60 dias. Esse foi aproximadamente o tempo entre o primeiro contato do presidente do Criciúma, Vilmar Guedes, com o jogador, até o anúncio oficial do retorno. No dia 18 de novembro, eles se encontraram no sítio de Eder para tratar do interesse do clube para ter o jogador em 2023.

Encontro em novembro de 2022. Foto: Didé Fontana/TV Tigre.
Apresentação do jogador. Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C.

Após ter conquistado o retorno a primeira divisão do Campeonato Catarinense e ter terminado a Série B do ano anterior na oitava colocação, Criciúma almejava objetivos maiores para o ano, com a contratação de Eder, uma base de jogadores dos anos anteriores e o técnico Cláudio Tencati

Nos últimos dois anos o clube conquistou três títulos estaduais, sendo dois Campeonato Catarinense e uma Recopa, além de ter conquistado o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro, competição que o clube não disputava há dez anos.

Em 2023, após dez anos, Criciúma voltou a conquistar o Campeonato Catarinense. Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C.

Na entrevista coletiva de comemoração aos 100 jogos, Eder fez um agradecimento aos goleiros Alisson e Gustavo, o zagueiro Rodrigo, o lateral-direito Claudinho, o meia Fellipe Mateus e a comissão técnica do clube que estão no clube desde 2021.

“Se eu consegui ter esse sonho de ganhar como a gente ganhou, um acesso que conseguimos e de estar hoje na Série A, meu agradecimento vai a eles porque me acolheram e fizeram que a minha readaptação no clube fosse importante”, comentou Eder.

Na passagem, Eder tem 15 gols com a camisa do Criciúma e um deles foi o primeiro gol na vitória contra o Botafogo de Ribeirão Preto pela 37ª rodada da Série B, em 2023, que ajudou a garantir o acesso à elite nacional - gol que o jogador considera o mais importante neste segundo período no clube.

Na coletiva, Eder citou que o principal objetivo para a temporada é se manter na Série A. O Criciúma atualmente está alcançando, já que está na 15ª colocação, com dois pontos a frente e dois jogos a menos do 17º lugar, Vitória.

Sobre aposentadoria, o jogador cita que para estar no nível da Série A, todo dia ele precisa fazer um sacrifício a mais. “Treinar de manhã para chegar bem no treino a tarde, me cuidar a noite, alimentação, tudo e isso começa a pesar. Eu sei que está perto do fim, não sei te dizer o quando, mas está perto, a única coisa que eu falei para o presidente e para o técnico é que eu nunca queria ser um peso. No momento que eu ver que sou um e não conseguir mais dar aquilo que quero, sou o primeiro a levantar a mão e parar”, disse o jogador.

Eder comemorando gol marcado contra o Ituano. Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C.

O sentimento de idolatria que vem da arquibancada

Com quase 20 anos de diferença entre a primeira e a segunda passagem de Eder pelo Criciúma, o jogador dá a experiência de gerações diferentes acompanharem o camisa 23 pelo seu clube do coração. Esse é o caso de André Parmontes, torcedor conhecido por seus vídeos descontraídos nas redes sociais e pela idolatria que tem pelo jogador. 

Quando era criança, com nove anos, Parmontes ia até o estádio Heriberto Hülse com seu pai, Juarez Fernandes. “O fato de ser daqui e ter tido tanto sucesso na carreira sempre foi motivo de orgulho para mim, como torcedor. Eu era aquele jovem que quando jogava videogame sempre colocava o Eder no time”, explicou o torcedor.

O jogo do acesso do Criciúma para a Série A também é o seu momento favorito. “Ele entrou em campo sabendo da importância e da responsabilidade que tinha, foi lá e marcou o gol do acesso. Ver a emoção de um cara com uma carreira do tamanho da dele marcando um gol tão importante para o clube do coração, emociona muito. Ele viveu o que todo garoto que sonha em jogar futebol queria ter vivido”, disse Parmontes.

A vontade de conhecer o ídolo se concretizou após o final deste jogo. “Ele foi extremamente receptivo comigo e gente boa, acabamos nos encontrando também. Existe uma frase que se diz ‘nunca conheçam seus ídolos, eles podem te decepcionar’, mas comigo foi o contrário, minha admiração por ele só aumentou”, revelou o torcedor.

Encontro de Eder com André Parmontes. Foto: Arquivo Pessoal.

Para o torcedor, o sentimento que fica por Eder é o de gratidão. “Ele está no clube não porque precisa, por questão financeira ou algo assim, ele está porque ama o Criciúma e apesar das limitações físicas por conta da idade, sabemos que ele dá o máximo sempre que entra em campo”, comentou Parmontes. 

“Não tenho dúvidas que ele ainda será fundamental nessa difícil caminhada da permanência na primeira divisão, assim como foi fundamental em todas as conquistas desde o seu retorno. Como torcedor, só tenho a agradecer”, complementou.
Na opinião de Parmontes, dos jogadores que ele acompanhou, o camisa 23 é o maior ídolo. “Não tenho dúvidas que temos muitos, principalmente aqueles responsáveis pelo título inesquecível de 1991. Como eu não pude acompanhar esses momentos, infelizmente eu não tento tanta propriedade para opinar como quem viveu naquela época, mas para mim, que sou de uma geração mais recente, ele certamente é o maior”.

“De pai para filho e sempre será”, o mosaico estampado pela torcida do Criciúma em 2023 também representa o sentimento da torcida do Criciúma por Eder. O pai que acompanhou o atacante no início da carreira hoje tem um filho que pode comemorar títulos conquistados pelo jogador durante esse período de 100 jogos. E ambos têm um sentimento pelo jogador: o de idolatria.

Foto: Celso da Luz/Criciúma E.C.


 

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