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O que a redução da Taxa Selic influencia no dia a dia?

No Dica de Bolso, Arthur Lessa detalha o impacto da taxa básica de juros no cotidiano

Por DICA DE BOLSO | BRDE 07/02/2024 - 10:13 Atualizado em 07/02/2024 - 10:51 * Conteúdo de responsabilidade do anunciante
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

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Na primeira reunião de 2024, realizada no fim de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Taxa Selic para 11,25% ao ano, mantendo o ritmo de queda de 0,5 ponto percentual por reunião. Essa postura já era adotada desde agosto, quando a taxa básica de juros do Brasil estava em 13,75%, maior taxa dos últimos sete anos.

No Dica de Bolso, o jornalista Arthur Lessa explica como essa dinâmica influencia na economia "da vida real". A iniciativa é uma realização da Som Maior Comunicação em parceria entre o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

A primeira coisa que você pode estar se perguntando é:

O que a Taxa Selic tem a ver com a minha vida, com o meu dinheiro, com minhas contas?

Tem tudo a ver!

O Selic, que é o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é por onde são negociados os títulos públicos federais e, por isso, são a base das instituições financeiras para a definição das taxas de juros que oferecerão aos clientes. A relação é simples e segue o parâmetro de risco/retorno:

Exagerando um pouco, é como estar entre duas opções: emprestar o dinheiro para uma empresa e correr o risco de ela não ter dinheiro para pagar ou emprestar para o Governo que, se não tiver dinheiro, imprime e paga.

Para um banco, financeira ou investidor aceitar abrir mão daquele dinheiro e da segurança que o Tesouro Selic oferece, o rendimento das outras alternativas tem que ser maior a ponto de compensar o risco adicional.

Sendo assim, a Selic caindo reduz o rendimento do dinheiro parado. Com isso, reduz também a exigência do banco, que passará a oferecer empréstimos com juros mais baixos. Em outras palavras, o dinheiro fica mais barato.

O que muda para as empresas

Com o dinheiro mais barato na praça, as empresas que têm dívidas conseguem reduzir as despesas financeiras, o que diminui o custo de produção ou prestação de serviços. Como consequência, possibilita a redução do preço final ao consumidor.

Ainda sobre dívidas, outro efeito bastante sensível nos tempos atuais são as parcelas de operações patrocinadas pelo Governo, como o Pronampe, que tem os juros calculados por taxas baixas somadas à variação da Selic.

Se, no fim de 2020, com a Selic a 2%, esses juros giravam em torno de 8% ao ano, há um ano, com a Selic a 13,75%, as parcelas aumentavam em um ano praticamente 20%.
  
Outro ponto muito importante: será visível, no decorrer do ano, a retomada de investimentos. Voltando à lógica apresentada antes, com os juros altos, era mais atraente deixar o dinheiro parado do que investir. 

Simplificando em números, imagine que você tenha R$ 200 mil reais no caixa para comprar insumos que vão render R$ 220 mil. São 10% de lucro. Num cenário de Selic a 12%, você ganha mais deixando o dinheiro parado numa aplicação. Num cenário de Selic a 5%, você se dará melhor comprando os insumos.

E, como a economia gira, mais investimentos geram mais demanda, que geram mais emprego, que gera mais consumo, que gera mais demanda,... e por aí vai.

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