Nascido em Florianópolis, o ex-zagueiro Oberdan Vilain jogou por 10 anos no Santos de Pelé. Sua carreira começou cedo, com 14 anos foi morar na capital do Paraná, sendo que mais tarde foi promovido aos profissionais do Coritiba. Além do futebol, era bom em outros esportes.
“Tinham os campos de peladas, o que é normal. Com 15 ou 16 anos de idade comecei a treinar no Coritiba e minha ascensão foi muito rápida. Eu já tinha essa condição de poder me transferir para outras coisas, jogava basquete e vôlei”, lembrou.
Oberdan jogou por dois anos no Curitiba, até receber uma proposta do Santos, em 1965. Na equipe paulista atuou por 10 anos, jogando com nomes como Pelé e Carlos Alberto Torres. “Participei de todas aquelas coisas, como o Pelé ter parado a guerra”, destacou o ex-jogador.
Após sair do Santos, retornou ao seu clube de origem, o Coritiba. Até que em 1977, já no fim de carreira, foi contratado pelo Grêmio, na época comandado por Telê Santana. Para assinar o contrato, uma de suas exigências era o espaço para a família, que havia sido prejudicada nos tempos de Santos, devido as constantes viagens internacionais.
“O Telê disse que precisava de mim, porque o Grêmio não ganhava o campeonato há oito anos. Eu falei sobre minha família, que precisava dar atenção. Fiz uma proposta e eles aceitaram”.
O Grêmio não vencia o Campeonato Gaúcho desde 1968 e via o rival Internacional erguer oito troféus consecutivos. Um dos principais jogadores da equipe colorada era o atacante Escurinho, famoso por marcar gols de cabeça no clássico Grenal.
“Quando cheguei no aeroporto, eu disse que acabou o sofrimento gaúcho, o Escurinho não ia mais fazer gol de cabeça e quem mandava na área era eu. Nós vamos ser campeões gaúcho”, contou Oberdan.
O Grêmio venceu o Campeonato Gaúcho de 1977. A declaração do ex-zagueiro chamou atenção da torcida gremista, sendo ovacionado logo no primeiro jogo pelo time.
“No primeiro jogo que eu fiz, em um amistoso do Grêmio, o pessoal começou a aplaudir. E foi por causa do meu discurso, que deu certo, ele não fez mais gols de cabeça”.
O ex-zagueiro destacou que o reconhecimento por jogadores que marcaram história em um clube é maior no Rio Grande do Sul e que alguns acabam esquecidos em equipes de outras partes do país.
“Há dois anos, eu fui numa homenagem aos 100 anos do Santos. O pessoal não deu ingressos para o Coutinho e o Dorval, eles ficaram muito magoados. Quem faz muito isso é o Internacional e o Grêmio”, analisou.