De uma pequena fábrica de cerâmica em Cocal do Sul para o grupo das grandes empresas internacionais do segmento, a Eliane Revestimentos Cerâmicos, de Cocal do Sul, cumpriu uma longa e destacada trajetória desde 2 de janeiro de 1960. Ao completar 60 anos, nesta quinta-feira, 2, a empresa vive uma nova fase. Em outubro de 2018 foi anunciada a venda da Eliane para o grupo Mohawk, dos Estados Unidos, em uma transação de mais de R$ 930 milhões.
"Em 15 de outubro, celebramos um contrato para comprar a Eliane, uma das maiores empresas de revestimentos cerâmicos do Brasil, por aproximadamente U$ 250 milhões. O Brasil é o terceiro maior mercado de revestimentos cerâmicos do mundo, onde a Eliane é líder em porcelana premium com vendas anuais de aproximadamente U$ 215 milhões. prevemos o fechamento da aquisição no quarto trimestre", anunciou o presidente e CEO da Mohawk, Jeffrey S. Lorberbaum, em um comunicado lançado dias depois da aquisição da empresa.
A Mohawk, gigante do ramo cerâmico, conta com mais de 40 mil funcionários em 170 países, com fábricas em 19 deles. Em entrevista à Rádio Som Maior, na semana seguinte à negociação, o presidente da Eliane, Edson Gaidzinski Júnior, revelou que as conversas até a transação se arrastaram por sete meses. "Esse grupo é um pessoal que a gente conhece há muito tempo, é uma empresa bem tradicional no setor, que começou com carpete. É uma empresa do mundo de revestimentos, são líderes em carpete, vinílico e madeira. Desde 92 foram mais de 40 aquisições no mundo”.
No mês anterior ao negócio, setembro de 2018, a Eliane havia alcançado o maior faturamento da sua história, em torno de R$ 100 milhões. Na mesma época, a Mohawk contava com valor de mercado de 11 bilhões de dólares. Mesmo com a venda para a Mohawk, os planos de expansão que a Eliane havia traçado continuam. “Eu tenho um projeto grande para Cocal do Sul, para a expansão de porcelanato, também estamos olhando para nossa unidade de Morro Estevão, vamos investir forte no Nordeste e quero melhorar muito a questão de logística na América do Norte. Com esse investimento, não só em melhores produtos, será possível melhorar a competitividade, oferecendo produtos melhores”, sublinhou Gaidzinski. “Agradecemos a todos os nossos 2.505 funcionários por todo trabalho e por terem nos ajudado até aqui. Para 2020, o pedido é de muito mais força e resiliência. Será um esforço enorme de todos, mas vamos juntos, entregar grandes resultados diante do mercado e desafios que temos pela frente”, declarou o presidente.
Fundada por Maximiliano Gaidzinski, a Eliane tem produção de cerca de 32 milhões de m² de revestimentos ao ano, com presença em mais de 80 países e 15 mil pontos de venda no Brasil. Conta com seis unidades fabris: quatro em Cocal do Sul, uma em Criciúma e uma em Camaçari, na Bahia.
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