Inovar é gerar valor e atender a necessidades reais. E foi pensando nestes dois aspectos que a empresa CCS e o SENAI conseguiram gerar um processo totalmente inovador, atendendo a necessidade industrial e ao mesmo tempo desafiando alunos a buscarem nos seus conhecimentos uma solução inédita para um problema real. O resultado vai permitir à empresa a qualidade do produto, ganho de produtividade e, consequentemente, de mercado.
A partir da ideia de fabricar um produto de maior valor agregado, utilizando a expertise da empresa, que atua no segmento de transformação de plástico, a CCS desenvolveu uma válvula desgaseificadora. O empresário Reginaldo Cechinel, diretor da CCS, conta que essa pequena válvula é inserida em embalagens de alimentos para remover gases internos da embalagem e ao mesmo tempo vedar a entrada de ar. O produto é encontrado em embalagens de cafés premium e também de ração animal. Nos sacos de café é uma forma de mostrar o aroma, sem perder a qualidade.
Após desenvolver o protótipo da válvula e iniciar efetivamente a produção, a CCS buscou o apoio do SENAI para desenvolver um equipamento para testar e aferir o produto, garantindo que as características técnicas estavam de acordo. A parceria se deu com o curso Técnico em Automação Industrial, do SENAI Tubarão. Em outubro de 2020 o projeto começou a ser desenvolvido, sob a coordenação do professor Gustavo, com os alunos Murilo Tatari Nogaredo e Luiz Felipe Costa Vicente. Conforme o professor, a ideia era produção de um equipamento que atestasse a válvula, substituindo o trabalho manual. “O projeto gerou a movimentação das situações de aprendizagem, onde os alunos trabalharam com projetos paralelos nas disciplinas de instrumentação e controle, processamentos de sinais, CLP, onde eles puderam trabalhar com os conhecimentos agregados nessas disciplinas”, explica Gustavo. O resultado foi o projeto, seguido do protótipo desenvolvido na unidade do Senai e levado à empresa para testagem da qualidade das válvulas na empresa.
Em paralelo ao protótipo foi desenvolvido um sistema de dados, que faz a análise e apresenta as medições, mostrando se as válvulas estão ou não de acordo com as especificações de entrada e saída de ar. “Foi feita a programação do software para supervisão e controle do sistema. O processo consiste na medição de pressão, que deve ser ajustada. O equipamento conta com um medidor, uma válvula, através de um controlador que representa o comportamento para realizar o teste de qualidade”, explica Murilo Nogaredo.
Concluída e aprovada a fase de testes do protótipo, agora a empresa vai desenvolver o próprio equipamento, onde os dois alunos, já contratados pela CCS, seguem trabalhando na montagem e operação. Também partem para uma nova etapa de aprendizado, ambos na faculdade de engenharia.
Para a gerente executiva do SESI SENAI Regional Sul e Litoral Sul, Graziela da Silva Branco, o projeto é resultado de uma grande parceria entre empresa e Senai, onde a CCS percebeu a riqueza de talentos que hoje a entidade disponibiliza. “É fundamental que mais empresas tragam seus desafios reais, para que essas necessidades sejam trabalhadas em sala de aula pelos alunos, buscando apresentar soluções inovadoras como essa”, destaca Graziela.
Em visita à empresa o vice-presidente Regional Sul da FIESC, Diomício Vidal, destacou o exemplo que a CCS deixa da capacidade das nossas empresas e da parceria com o Senai. “O Senai tem colaborado de forma significativa par que nossas empresas tenham cada dia melhorias seja na produtividade, seja no âmbito da inovação. É um grande trabalho e outros neste mesmo nível virão”, salientou Vidal.