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Perda dos pais, lesões e volta por cima: a história de Emerson Junior

Jogador do Barra que atravessou gramado do HH se apoiou na fé em Deus nas horas difíceis

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 29/03/2024 - 06:46
Emerson Junior cruzou o gramado do Heriberto Hülse de joelhos | Foto: Décio Batista/Som Maior
Emerson Junior cruzou o gramado do Heriberto Hülse de joelhos | Foto: Décio Batista/Som Maior

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Emerson Junior, o meio-campista do Barra FC, protagonizou um momento de gratidão depois do segundo jogo da Semifinal do Catarinense. O atleta chamou atenção após o apito final do confronto contra o Criciúma no último domingo (24). Quando o jogo encerrou, ele cruzou o campo por completo de joelhos agradecendo por seu retorno aos gramados após duas lesões que o tiraram dele por um tempo. Ainda que o time tenha saído com a derrota, para ele, foi uma vitória pessoal.

Durante a pré-temporada do Catarinense, no final de 2023, Emerson sofreu  duas lesões no mesmo lado do corpo, uma na virilha e outra no quadril. Essas não foram as primeiras que o separaram do gramado. Ele já ficou dois anos em recuperação, em 2022 e 2023, por uma cirurgia no pé, e não podia perder mais tempo da carreira, então resolveu recorrer à fé.

“Na época, o campeonato ainda não tinha começado e eu estava passando por tratamentos intensivos, com sessões de fisioterapia duas vezes ao dia. Mantive minha fé em Deus durante todo o processo. Decidi então fazer uma promessa a Ele, pedindo por uma cura”, contou o meia.

O atleta pediu que Deus o curasse para retornar ao jogo o mais breve possível. Em resposta a isso, ele cruzaria o campo de joelhos - de uma trave a outra - assim que o campeonato chegasse ao fim para o Barra. O time surpreendeu e chegou, pelo segundo ano consecutivo, ao quarto lugar do Campeonato Catarinense, garantindo novamente uma vaga na série D do Brasileirão. Com motivos para agradecer, Emerson cumpriu a promessa.

"Honra teu pai e tua mãe” - Êxodo 20:12

Há sete anos, ainda antes de se tornar profissional, ele percorria os campos de campeonatos amadores. Mas em 2016, recém-chegado na categoria de base do Sport, Emerson sofreu a perda repentina dos pais.

“Meus pais estavam de moto e um motorista bêbado atropelou os dois. Na época, eu tinha só 18 anos. Eu tinha viajado, saí da minha casa e, um dia depois, em um domingo à noite, dia que eu cheguei lá, meu pai e minha mãe morreram. Eu voltei pra casa e, depois disso, não queria mais saber de jogar bola”, lamentou o atleta. 

A perda o fez desistir temporariamente do futebol, mas após dois anos, motivado pelo desejo de honrar o legado e os sonhos de seus pais, ele retorna aos campos. 

“O mesmo cara que me levou pro Sport, em Recife, me apresentou a um empresário que estava procurando por um jogador. Hoje, eu considero esse empresário como um pai pra mim, porque desde que eu o conheci, depois que meus pais morreram, ele está comigo, me ajudando, nunca me deixou de lado”, contou.

“Orai sem cessar” - 1 Tessalonicenses 5:17

Emerson passou por diversas equipes e desafios ao longo de sua jornada. Do Cabofriense ao Corisabbá, do River-PI ao Volta Redonda, sua carreira foi marcada por altos e baixos, vitórias e lesões. Uma delas, especialmente grave, ocorreu durante sua passagem pelo Água Santa, onde uma cirurgia malsucedida o afastou dos campos por meses.

Mesmo em meio a dificuldades, Emerson segue com sua fé em Deus | Foto: Reprodução Instagram

“Em 2022, o Água Santa me queria emprestado. Fiquei três meses lá pra jogar o Paulista. Ali, eu quebrei meu tornozelo, fiz uma cirurgia que deu errado por erro médico. Tive que passar cinco meses tratando e nada de os meus dedos voltarem, eles ficaram atrofiados. Eu retornei pro Volta Redonda, onde o fisioterapeuta me examinou e disse que eu precisava voltar pra São Paulo pra fazer outras cirurgias. Eles sempre me deram todo o apoio que eu era capaz de merecer”, exaltou Emerson.

Apesar das adversidades, Emerson encontrou um amor e construiu uma família. Sua mulher Dhionaria e seus filhos, Benjamin, Bernardo e Benício, deram outro significado para sua vida, mesmo nos momentos mais difíceis. Ele traz consigo muita fé e uma crença profunda em Deus que o sustentou durante todas as dificuldades. 

“Eu perdi praticamente dois anos por conta da cirurgia. E no dia 20 de novembro, eu já estava aqui no Barra. Com a lesão no quadril e na virilha, eu comecei a me apegar ainda mais com Deus”, destacou Emerson. “Minha história de vida é um pouco complicada, já sofri tanto, mas nunca perdi a fé. Acredito que Deus vai honrar tudo que já passei”.

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