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Perto do hospital, o raio-x era no casarão

No capítulo 13 de Centro Cultural Jorge Zanatta, os serviços de saúde na sede do Plano do Carvão

Por Denis Luciano Criciúma, SC, 20/11/2018 - 11:05
Reprodução / Tribuna Criciumense, 20/11/1956
Reprodução / Tribuna Criciumense, 20/11/1956

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“Dia 17 do corrente, sábado, comemorou o Hospital São José, desta cidade, a passagem de seu vigésimo aniversário de fundação”. Começa assim a sempre muito lida crônica de Sebastião Pieri, o Castro de Alencar, que ocupava prestigiado espaço na contracapa de Tribuna Criciumense e era radiofonizada na Eldorado naqueles idos de 1956. Esta edição era a de 20 de novembro, há exatos 62 anos completados hoje.

A anotar que o hospital era, seguramente, uma das principais edificações da cidade, senão a maior, embora bem mais modesto que o atual, das visíveis dos janelões do casarão do Plano Nacional do Carvão, na Pedro Benedet. Poucos metros os separavam, como é atualmente. Naqueles tempos, pela ausência de prédios entre os dois, os vizinhos eram mais visíveis um do outro.

E a destacar que o casarão da Pedro Benedet, Centro Cultural Jorge Zanatta desde 1993, tem uma raiz histórica relacionada ao septuagenário Hospital São José mais profunda que se possa imaginar. É que no casarão, lá nos idos dos anos 50, foi instalado o primeiro aparelho de raio-x de Santa Catarina. Ele era bastante utilizado pelos trabalhadores do carvão, os mineiros, já acossados pelos graves perigos da pneumoconiose, mal praticamente extirpado da realidade dos mineiros por conta da alta tecnologia atualmente empregada nas lavras.

Mas não era assim nesses tempos mais rudimentares da mineração. Os homens do carvão desciam as bocas de mina e encaravam de peito aberto as paredes negras para delas extrair o carvão. Aquela poeira toda fazia encher os pulmões, os consultórios médicos e avolumar os pedidos por exames que eram feitos ali, no casarão do Plano do Carvão.

E a saúde que brotava daquelas instalações não resultava somente do valioso aparelho, uma façanha para Criciúma graças aos investimentos da indústria carbonífera que vagarosamente se organizava também no rumo de oferecer melhores condições de vida aos seus trabalhadores. Essa geração saúde do casarão tinha íntima relação, ainda, com o fornecimento de água da cidade, como já contado aqui em edições passadas.

Enquanto isso, a vida da cidade continuava. O mesmo Tribuna Criciumense registrava ainda a garrafal manchete “Estado gasta 2 bi contra o carvão”. Era um contundente artigo denunciando o financiamento federal a combustíveis importados que, na indústria nacional, ocupariam o lugar do carvão. A voz por aqui se fazia forte contra esse gesto do governo Kubitsckeck. Os 15 anos da Banda Cruzeiro do Sul e a busca por um nome para o aeroporto de Criciúma também mexiam com aqueles dias de Criciúma.

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