Um assunto que veio à tona após as eleições 2022, principalmente com um a publicação de tweet do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi a volta do horário de verão. No início, o mecanismo foi adotado como uma forma de economia de energia, em 1931, e extinto pelo mesmo motivo, em 2019. A questão continua dividindo opiniões quando se fala em adotá-lo de volta ou não.
Criado para gerar economia de energia
Adotado no Brasil em 1931, pelo então presidente Getúlio Vargas, o horário de verão surgiu como uma alternativa para minimizar a sobrecarga de consumo durante alguns picos diários. A justificativa era a de que as horas de maior consumo de energia do dia ocorriam no fim da tarde, quando as pessoas chegam em casa e ligam os equipamentos eletrônicos, aumentando a demanda de energia.
Assim, o objetivo do horário de verão era o maior aproveitamento da luz natural, fazendo com que as lâmpadas de casas, indústrias, espaços comerciais, ruas e espaços públicos fossem ligadas mais tarde, quando o pico de consumo já diminuiu.
Revogado em 2019
Em 2008, Lula instituiu no Decreto Nº 6.558 que “a partir de 0h do terceiro domingo do mês de outubro de cada ano, até 0h do terceiro domingo do mês de fevereiro do ano subsequente, em parte do território nacional”. Porém, a medida foi revogada em abril de 2019 pelo atual presidente Jair Bolsonaro.
Na época, uma pesquisa foi realizada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Os resultados concluíram que o horário de verão não produzia mais os resultados esperados de redução de consumo de energia elétrica. Segundo os dados obtidos, a mudança de hábitos no gasto de energia mudou o pico do consumo elétrico diário para o período da tarde, deixando de produzir os resultados esperados.
Estudo mostra que não há benefícios
Uma pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não identificou economia significativa de energia com a adoção do horário de verão. A redução observada no horário das 18h às 21h, é compensada pelo aumento do consumo em outros períodos do dia, especialmente no início da manhã.
“Além disso, pelas prospecções realizadas, não teria impacto sobre o atendimento a potência, pois o horário de verão não afeta o consumo no período da tarde quando se observa a maior demanda do dia. Porém, caberá ao Governo Federal definir se aplicará ou não a medida, considerando impactos em outros setores da economia, além da energia”, destacaram em nota divulgada a imprensa.
Confira a pesquisa completa:
Avaliação Da Aplicação Do Horário de Verão Em 2021 by 4oito on Scribd