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Pesquisa desenvolve robôs que auxiliam no tratamento de crianças autistas

Projeto nasce da parceria entre a Universidade Federal de Tocantins (UFT) e a empresa Qiron Robotics

Por Giovana Bordignon Criciúma, SC, 01/07/2022 - 17:54 Atualizado em 01/07/2022 - 18:03
Foto: Manuela Silva/ 4oito
Foto: Manuela Silva/ 4oito

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Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Tocantins (UFT) e a empresa Qiron Robotics, usa a robótica no tratamento de crianças autistas. Segundo a doutoranda em Modelagem Computacional e responsável pelos estudos, Hellen Souza Luz, as pessoas com autismo têm mais facilidade em se comunicar com um robô do que com seres humanos.

“Existe um atraso muito grande, tanto no diagnóstico, quanto na intervenção. Então são crianças que vão sofrer ao longo da vida com diversas questões pela falta, muitas vezes, de um diagnóstico precoce e de uma intervenção a tempo, que envolve terapias e o processo educacional”, explicou. De acordo com a doutoranda, uma em cada 44 crianças é autista.

Hellen é formada em Ciências da Computação e mestre em Modelagem Computacional de Sistemas. Ela viu na tecnologia o potencial de apoiar crianças autistas e suas famílias em todas as etapas, desde o diagnóstico, até as intervenções. “Fazemos um diagnóstico prévio e, a partir daí, consigo fazer uma intervenção mais cedo, não tendo tanta perda”, destacou.

Robô auxilia no desenvolvimento do comportamento

Além disso, o robô apoia no processo de desenvolvimento de habilidades comportamentais e sociais, que é a grande dificuldades desse público. “A gente consegue entrar, por exemplo, desde a atenção conjunta. Uma criança com autismo, tem que ser treinada, desenvolvida para isso, e o robô entra nesse processo”, pontuou Hellen.

Durante o desenvolvimento da pesquisa, a doutoranda teve um obstáculo: a falta de um robô. Seu professor e orientador, o criciumense Dr. Jorge França, juntamente com o presidente estadual da ADVB, Claiton Galdino, facilitaram o processo. A Qiron Robotics disponibilizou o robô Bel, que ajuda e auxilia os professores na educação escolar, dentro e fora da sala de aula.

“Eu sou o Bel, um robô que adora aprender e ensinar, eu fui desenvolvido pela Qiron Robotics”, ‘disse’ o robô. “Estou aprendendo muito com a Hellen, sobre como posso ajudar crianças neuroatípicas. Já estamos buscando parceiros para viabilizar essas iniciativas aqui na região de Criciúma. Faremos nosso melhor para trazer resultado para nossa região”.

Dispositivo deve ser oferecido à todas as famílias

Hoje, pelo valor do dispositivo, ele é oferecido a instituições de ensino. Porém, o objetivo é que a tecnologia possa ser disponibilizada a todas as famílias. “A robótica é uma ferramenta, um veículo para diversas aplicações. O Bel, hoje, é utilizado em sala de aula para ensinar crianças neuroatípicas junto com o professor”, ressaltou o engenheiro do projeto, Rafael Sebastião Miranda.

“Quando nós criamos essa solução em 2015, nós começamos um projeto que está sempre evoluindo, o intuito era justamente atender esse público, ver essa demanda de não haver soluções no Brasil que eram adequadas para desenvolver pesquisa. O que nós queríamos era desenvolver uma solução que pudesse atender diversos mercados”, comentou Miranda.

Técnica apresenta resultados positivos

O resultado, segundo eles, foi positivo. As crianças adoram Bel e têm mais facilidade de interação com o robô. A técnica é utilizada com as crianças desde o início de seu desenvolvimento, pois, a partir dos três anos, já é possível identificar características e ter instrumentos para o diagnóstico do autismo.

“Na minha tese, a gente trabalha desde essa fase, a partir do diagnóstico, que eu consigo trabalhar habilidades pré acadêmicas, para que ele não tenha tanta diferença das outras crianças e a gente consegue usar inclusive ao longo da vida”, concluiu a doutoranda.

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