Os últimos dias foram marcantes para o mercado financeiro em torno do petróleo. O contrato do barril americando WTI para maio caiu mais de 300% e fechou o dia sendo vendido a preço negativo. É a primeira vez que o fato ocorre na história. "O produtor pagava para a pessoa tirar o petróleo porque ele poderia ter um problema de estocagem", explicou o economista Lucas Rocco.
Nese momento o cenário evoluiu e o barril está sendo vendido a US$ 11. Os papéis que tiveram grande queda era de mercado futuro para o mês de maio, e tinha terça-feira como data limite de venda. De acordo com o economista, a queda afeta o Brasil. "Está todo mundo no mesmo balaio, é um problema no setor do petróleo. Atinge a Petrobrás e assim o Brasil. A Petrobrás contribui para o caixa da União com mais da metade do seu lucro", comentou.
Há uma discrepância grande entre a oferta e demanda do petróleo, por conta da pandemia de coronavírus, que reduziu o consumo em até 30%. A falta de acordo entre Arábia Saudita e Rússia para reduzir a produção também contribuiu para o colapso. "Entre aspas, é o único cartel legalizado no mundo, de forma descarada. E ainda eles conseguiram brigar e não entraram num acordo", ironizou Rocco.
Com a diminuição do custo de produção, da matéria-prima, a queda pode refletir de forma positiva para o consumidor final aqui no Brasil. O preço do combustível na bomba deve baixar senão houver outras surpresas, como uma alta no preço do dólar.