Os trabalhadores das indústrias plásticas de Criciúma e região aprovaram no fim da tarde de ontem o início do estado de greve para aproximadamente 200 empresas localizadas de Passo de Torres a São Ludgero. Após oito assembleias realizadas desde segunda-feira em Içara, São Ludgero, Criciúma e Urussanga, os cerca de oito mil funcionários do setor decidiram não aceitar a proposta de convenção apresentada pela comissão que representa o sindicato patronal.
“Nenhum trabalhador aceitou a proposta apresentada pelo patronal e decidimos por unanimidade o estado de greve. Amanhã (hoje), ou no máximo segunda-feira, vamos fazer a notificação oficial e, então, a partir de 48 horas, pode começar a paralisação. Mas a nossa intenção é dar um prazo para que eles apresentem uma nova proposta, nós queremos negociar”, relata o presidente do sindicato dos trabalhadores, Carlos de Cordes.
As negociações da categoria começaram em fevereiro e até então já foram realizadas quatro reuniões na tentativa de conciliação, mas sem sucesso. No último encontro, que ocorreu no dia 7 de agosto, as conversas não avançaram e a classe patronal decidiu que até as assembleias laborais enviaria uma nova proposta. O documento chegou aos trabalhadores na última segunda-feira, mas não agradou a categoria.
“Eles querem acabar com direitos e aplicar a Reforma Trabalhista na nova convenção. Por exemplo, querem acabar com as homologações nos sindicatos, mas nós queremos continuar fiscalizando essas situações. Também estamos pedindo aumento para R$ 1,2 mil do abono, que hoje é de R$ 850,00, eles nem colocaram isso na proposta”, pontua de Cordes.
Os representantes da classe patronal afirmam que encontraram dificuldades para avançar nas negociações com o sindicato laboral, principalmente nos pontos que foram modificados pela reforma. Segundo os empresários, pedidos foram contemplados, como a contribuição sindical e taxas assistenciais, mas situações como essas, que geram descontos nas folhas, só ocorrerão com prévia, expressa e individual autorização do trabalhador.
“Nós também mantivemos o adicional noturno em 32,5%, que com a Reforma Trabalhista não era mais obrigação, a jornada extraordinária com 50% nas duas primeiras horas e 100% nas demais. Nessa última proposta nós aumentamos de 26 para 34 o número de cláusulas. Só deixamos para negociar em mesa algumas questões econômicas, como o abono”, comenta o assessor executivo da comissão, Elias Caetano.