O corte de algumas árvores no Santuário Diocesano Nossa Senhora de Caravággio chamou a atenção nas últimas semanas. Ciprestes, árvores não nativas da região, foram retirados de uma das praças dos arredores. A ação causou polêmica entre a comunidade e defensores do meio ambiente nas redes sociais.
Coordenador do Conselho Paroquial Pastoral (CPP), Antônio Netto afirma que o corte era a única alternativa para a revitalização da praça. “As árvores estavam podres, algumas quebradas, galhos caiam toda hora”, coloca. Entretanto, o CPP sabia que a decisão era polêmica. “É um problema interno que temos, mas era necessário cortar, não havia alternativa”, pontua.
Em resposta às críticas da própria comunidade, o coordenador é enfático. “Temos 20 membros no CPP, todos representando os moradores”, diz. Portanto, o Santuário acredita que a iniciativa de cortar as árvores tem o consentimento da população. “Discutimos muito, e muitos moradores, além dos 20 do conselho, estavam sabendo. Ninguém foi contra nas reuniões”, revela.
A decisão foi tomada para que uma nova praça seja oferecida à população. “Ali estava muito escuro, era um local onde se fazia o mal”, diz. A ideia é reestruturar todo o espaço a partir do corte das árvores. “Consumiam drogas, havia prostituição, então queremos transformar em um espaço de lazer e bem-estar”, explica.
Para isso, o santuário vai instalar mais de 70 luminárias em toda a extensão da praça. Também serão postos pavers, pequenos blocos retangulares pré-moldados, para a circulação de visitantes. “Os fios das luminárias passarão por onde estavam as árvores, melhorando a distribuição pelo parque”, comenta Antônio.
Projeto não previa derrubada
Responsável pela elaboração do projeto da praça, o arquiteto José Luiz Ronconi discorda da decisão do santuário. Ele aponta para a falta de necessidade do corte das árvores. “O meu projeto não exigia que nenhuma árvore fosse derrubada”, afirma.
Segundo o especialista, haviam alternativas para a questão. “Elaborei de uma maneira que a iluminação podia ter o cabeamento feito por baixo da parte pavimentada da praça”, explica. Entretanto, não foi o que ocorreu. “Decidiram passar pelo meio das árvores, mas não precisava”, expõe o arquiteto.
Santuário vai replantar árvores
O Santuário se baseia em liberação da Prefeitura para o corte das árvores. “Temos a autorização do Poder Executivo, além de que os ciprestes não são nativos, então podemos cortar, desde que sejam plantadas outras no lugar”, defende Antônio.
No futuro, novas árvores ocuparão o lugar. É o que afirma o coordenador do CPP. “Estamos em fase de planejamento de um projeto de ajardinamento para o local”, revela Antônio. “Vamos recolocar ciprestes novos, além de outras árvores, plantas e flores, principalmente onde o cabeamento vai ser implantado”, completa.
Ao final do projeto, o custo total será de R$ 500 mil. O dinheiro foi arrecadado em parceria entre o Santuário, Prefeitura e empresários. “O Poder Executivo asfaltou algumas ruas aqui por volta, e em troca os empresários direcionavam recursos diretamente para o santuário”, explica Antônio. A previsão é que tudo esteja pronto em até 90 dias.