Uma série de fatores contribuiu recentemente para a diminuição da produção de leite no Brasil. Com a menor oferta, o preço subiu. O Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite do Estado de Santa Catarina anunciou os valores de referência para este mês de junho com projeção de 11,2% de aumento.
O leite entregue em junho para processamento industrial a ser pago em julho pelos laticínios terá aumento de 12 a 15 centavos/litro. Os valores projetados são os seguintes: leite acima do padrão R$ 1,5770/litro; leite padrão R$ 1,2821 e abaixo do padrão R$ 1,1871. Os valores se referem ao leite posto na propriedade com Funrural incluso.
O mercado catarinense está pagando aos produtores rurais, como de praxe, acima dos valores de referência. O consumidor está sentindo os efeitos dessa nova situação nas gôndolas, pois o preço final também subiu no varejo.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) explicou que, com a redução da oferta, muitas indústrias lácteas de outros Estados estão comprando o leite catarinense, aquecendo o chamado "mercado spot". Essa situação força os laticínios do Estado a elevar o preço para garantir o estoque de leite bruto para processamento.
Em algumas regiões ocorreu seca e, em outras, excesso de chuvas prejudicando em ambos os casos, as pastagens. Com menos alimento, o gado bovino leiteiro produziu menos. Por outro lado, durante a greve dos transportadores, mais de 5 milhões de litros de leite por dia foram jogados fora porque não puderam ser retirados das propriedades rurais, totalizando mais de 50 milhões de litros desperdiçados.
Santa Catarina é o quarto produtor nacional. O Estado gera 3,059 bilhões de litros ao ano. O oeste catarinense responde por 75% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 9 milhões de litros/dia, mas a capacidade industrial está estruturada para processar até 10 milhões de litros de leite/dia.