Os bloqueios nas rodovias estão gerando reflexos imensos na produção de suínos e aves em Santa Catarina. Os prejuízos diários podem chegar a R$ 36 milhões. Na área de suinocultura, por exemplo, o estado é o maior produtor e exportador do Brasil. Em 2021, Santa Catarina foi responsável por 53% das receitas e 51% da quantidade embarcada, exportando carne para 70 países. A cadeia produtiva catarinense abate 40 mil animais por dia. Cada dia parado, corresponde a um prejuízo de R$ 26,8 milhões.
No setor de avicultura o estado é o segundo maior produtor e exportador do Brasil e responde por 24% das receitas brasileiras com a proteína. Em 2021, a carne de frango catarinense foi exportada para 129 países. Em Santa Catarina são abatidas 2,3 milhões de aves por dia. Nesta cadeia, o prejuízo por dia parado é de R$ 10 milhões.
Em situações de represamento de suínos e aves a campo, os animais terão que ser sacrificados na propriedade, trazendo possíveis prejuízos ao meio ambiente, à saúde pública, à sanidade e ao bem-estar animal.
A logística dos insumos de ração animal de Santa Catarina funciona no sistema em que a armazenagem no local de consumo é definida a partir da demanda diária. Em média, o estado possui estoque de milho e farelo de soja para três dias. Caso não seja regularizada a logística, é iniciado o racionamento de alimentos no complexo de proteína animal.
Em situações de falta de alimentação, o bem-estar animal é comprometido, podendo levar ao canibalismo, inanição e consequente morte.
Desde esta terça, dia 1º, o foco das ações da Secretaria da Agricultura e do setor produtivo é garantir a alimentação animal, com reforço das medidas de bem-estar e cumprimento dos protocolos estabelecidos em conjunto com a Cidasc e o setor produtivo.
A recomendação da Secretaria de Agricultura é que, neste momento, os produtores evitem transitar em rodovias com cargas de animais, pelo risco de privação de água, alimentos e exaustão.
Santa Catarina é referência internacional no cuidado com a saúde de seus rebanhos e na qualidade de seu agronegócio, com produtos que chegam aos mercados mais competitivos e exigentes do mundo. Todos os esforços estão voltados a manter esse status diferenciado e seguir a nobre missão de alimentar o mundo.